quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Primeiros resultados de pesquisa para o controle da Helicoverpa armigera são apresentados pela Fundação MT
A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária do Mato Grosso, Fundação MT, está divulgando desde o último dia 18 no Fundação MT em Campo: É hora de Cuidar 2013 os primeiros resultados de pesquisas feitas para o controle da desafiadora lagarta Helicoverpa armigera com produtos químicos. A praga tem tirado o sono de toda a classe agrícola em todo o país, especialmente por ter sido recentemente descoberta no Brasil e por ter difícil controle, como ressalta a Entomologista da Fundação MT, Lúcia Vivan.
“Com a planta no estágio vegetativo e quando a lagarta está nos primeiros estágios o controle é mais fácil, pois ela prefere as folhas superiores e mais novas. Com o período reprodutivo das plantas (estágio R1) as lagartas procuram as inflorescências e vagens, com difícil visibilidade, sendo o controle mais difícil nessa fase e após cerca de 20 dias elas entram em fase de pupa e ficam a 5 cm abaixo do solo.”
A pesquisadora trabalha com experimentos na área desde março deste ano e a instituição divulga os dados em meio ao cenário preocupante que a praga tem causado logo no início da safra 2013/14 de soja. Para que isso fosse possível, todo o ciclo da lagarta tem sido desenvolvido dentro do laboratório da instituição: ovo, lagarta, pupa e mariposa. O mapeamento da praga já foi feito e ela está presente em todo Cerrado e em alguns outros estados. Conforme destaca Vivan, o próximo passo é testar as diversas formas de controle. “Além dos químicos, que já estamos divulgando, também desenvolvemos estudos com feromônios - substância química sexual para atração, produtos a base de vírus, e estudos de parasitismo por diferentes inimigos naturais, mas esses estudos ainda estão em andamento.”
Além destas primeiras informações, o que já se tem certeza é de que o monitoramento das lavouras é a principal ferramenta para evitar maiores danos com a praga. “Estamos sempre frisando que o monitoramento é importante para definir quais são os tipos de lagarta presente na plantação, a quantidade delas e qual será a melhor forma de combatê-la”, reitera a pesquisadora.
No caso da Helicoverpa armigera, além de sua localização na planta dificultar o combate, o fato dela ser polífaga também influência no controle, como explica a pesquisadora da Fundação MT. “Essa espécie é voraz e alimenta-se de diferentes culturas como milho, milheto, citrus, café, algodão, etc. Isso faz com que haja muita disponibilidade de alimento em diversos períodos do ano. Essa característica agrava a situação”.
Esse aspecto em conjunto com outros e a alta incidência da lagarta no Mato Grosso fez com que recentemente o governo brasileiro decretasse emergência fitossanitária no estado em função dos ataques da lagarta. O decreto tem vigência de um ano e concederá às autoridades uma "maior flexibilidade" para adotar as medidas necessárias para o extermínio da Helicoverpa armigera, especialmente no que se trata de produtos químicos.

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