terça-feira, 25 de junho de 2013

Vinho atrai turistas ao São Francisco

Turistas descobrem a rota dos vinhos do São Francisco
Sol a pino durante ao menos 300 dias do ano, calor escaldante e chuvas que, entre janeiro e dezembro, podem ser contadas nos dedos de uma das mãos. Um cenário assim não costuma surgir na cabeça de quem pensa em conhecer uma região produtora de vinhos.
Morador do Recife (PE), o empresário Mário Timóteo, 53 anos, já tinha ouvido falar sobre a Vinicultura do vale do São Francisco, mas se surpreendeu com o que encontrou durante uma visita a uma das seis empresas produtoras da região, no município de Lagoa Grande (PE).
“Estou até emocionado. Isso mostra o que poderia ser o semiárido se houvesse mais visão política”, disse, em meio aos campos de cultivo, onde outros turistas como ele tinham a oportunidade de provar a fruta direto dos cachos. “Isso aqui vai ser em breve a Califórnia brasileira”.
Nos últimos anos, é cada vez maior o número de turistas que procuram a Rota do Vinho na região de Petrolina. Somente a fazenda Planaltino, sede da Vitivinícola Santa Maria (Vinibrasil), em Lagoa Grande, recebeu mais de 5 mil visitantes no ano passado.
A empresa, de propriedade do grupo português Global Wines/Dão Sul, destacou funcionários que atuam diretamente na produção para acompanhar grupos de visitantes em um tour que vai do plantio da uva ao engarrafamento dos seis rótulos produzidos ali, entre tintos, brancos e espumantes.
Vinícola diz que recebeu mais de 5 mil visitantes em 2012
O enoturismo na região combina a visita às fábricas com passeios de barco pelo rio São Francisco e amostras da culinária e do artesanato locais. O passeio, evidentemente, inclui visita às lojas oficiais, onde é possível degustar os produtos (alguns deles, premiados internacionalmente) e levar vinhos para casa.
“Além da venda direta, que é muito interessante, nos interessa, sobretudo, a formação de um público consumidor e sua fidelização. Ainda encontramos mais receptividade no exterior do que no mercado local”, diz o português Ricardo Henriques, enólogo da área de produção.
Com uma área de 200 hectares irrigados, a Santa Maria produziu um milhão de litros de vinho no ano passado. “Já provamos que é possível produzir vinhos de qualidade internacional nesta região. Nosso grande desafio é a logística.”

Com irrigação, cidades “gêmeas” avançam em meio à seca

O caminhão do projeto Caminhos da Safra cruza a ponte entre Juazeiro e Petrolina
Na margem baiana, está Juazeiro. No lado oposto, em terras pernambucanas, Petrolina. Ligadas pelos 801 metros de extensão da ponte Presidente Dutra, elas compartilham muito mais do que a belíssima visão das águas do Velho Chico.
As cidades-gêmeas, como costumam ser chamadas, vêm construindo em conjunto um dos principais polos de desenvolvimento econômico do semiárido brasileiro.
Criada por uma Lei Federal em 2001, a Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro (que inclui ainda os municípios de Lagoa Grande, Orocó e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco, e Casa Nova, Curaçá e Sobradinho, na Bahia) é hoje a maior exportadora de frutas e abriga o segundo maior polo vitivinicultor do Brasil.
O avanço, em uma região historicamente castigada pela seca, tomou impulso a partir de investimentos (públicos e privados) em tecnologias de irrigação. “Somente no ano passado, a região exportou mais de 50 mil toneladas de uva. O mercado interno também está muito aquecido e a perspectiva é muito boa para 2013″, conta Edis Matsumoto, presidente da Câmara de Fruticultura de Petrolina.
Em Petrolina, Globo Rural visita fazendas de produção de uvas
Além da uva, a região produz manga, banana, acerola, goiaba, melão e melancia. “A uva e a manga, que são nossos principais produtos da pauta de exportação são avaliados entre os melhores do mundo. E a vantagem, no caso da uva, é que não temos entressafra. Por aqui, em razão do clima, a planta não para”, diz.
Para conhecer de perto essa realidade, a reportagem de Globo Rural chegou ao vale do São Francisco neste final de semana. A partir de Juazeiro e Petrolina, o caminhão do projeto Caminhos da Safra irá percorrer cerca de 1000 quilômetros até o Porto de Pecém, um dos principais destinos para a exportação das frutas locais.
O roteiro irá incluir, ainda, alguns dos municípios cearenses mais afetados pela seca, considerada a mais severa dos últimos 50 anos. E irá ver de perto as obras da polêmica transposição do São Francisco, levada adiante pelo Governo Federal.

O país de sempre. Agora preço do feijão dispara

São Paulo, um dos grandes produtores brasileiros, está produzindo menos feijão, o que tem forçado a subida drástica dos preços do produto ao consumidor. Segundo números da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, há 10 anos as lavouras no Estado cobriam mais de 503 mil hectares, o que permitiu uma produção de 4,4 milhões de sacas de 60 quilos em duas safras anuais.
E não é que agora com três safras ao ano – tem também a do feijão irrigado no inverno – a área plantada desabou para 113,5 mil hectares. Como a produtividade é alta, a produção conseguiu chegar a 3,6 milhões de sacas, mas está sendo insuficiente.
Motivo da queda de produção: a troca do feijão por culturas mais rentáveis economicamente, como milho esoja. Sem falar da cana, que também invade as terras paulistas. Resultado: a subida constante nas cotações do feijão influenciou nos índices de inflação, que cresceram justamente devido à alta geral nos preços dos alimentos. O governo esperava uma queda nas cotações dos alimentos para controlar o dragão. E pior: a inflação de produtos agrícolas deve continuar pressionada no início do segundo semestre, segundo aFundação Getúlio Vargas.
Sabe quanto a dona de casa está pagando pelo feijão cariocas nas gôndolas dos supermercados este ano? Uma média de R$ 6 o quilo. Há três anos, ela gastava a metade.
Verdade que o consumo de feijão tem caído no país. Eram mais de 21 quilos per capita/ano e baixou para 16 quilos/ano à medida que o bolso do brasileiro melhorou, mas o produto continua sendo fundamental na dieta da população. Por sinal, eu jamais troco o feijão pelo fast-food execrável e seu sabor de plástico.
Em suma, enquanto o preço do tomate se acalma, o do feijão dispara. Estamos aguardando as supersafras recordes de grãos tornarem mais barata a comida na mesa do brasileiro. Aqui, no entanto, vale o que escreveu neste domingo no Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros: “As exportações de soja estão crescendo muito rapidamente, o que abrirá espaço nos portos para o milho, a partir de setembro, dando suporte maior aos seus preços.” Ele lembra que os preços da soja estão subindo  O que o Brasil espera – ou esperava – é que as supersafras de soja e milho propiciassem também um alívio nos custos dos produtores de carne bovina, suína e de frangos.

Case IH apresenta sistema completo para setor sucroenergético no ISSCT Congress


Referência mundial, com quase 70 anos de tradição para tecnologias do setor canavieiro, a Case IH apresenta no ISSCT Congress, em São Paulo(24 a 27 de junho), seu sistema completo de produtos e serviços. Entre os destaques estão: a mais nova colhedora de múltiplas linhas A8800 Multi Row; o simulador de colheita de cana, agora comercialmente disponível para todo o Brasil; as já tradicionais colhedoras série A4000 e A8000; além de tecnologias como o Smart Cruise (motores inteligentes que otimizam o consumo de combustível) e o Auto Tracker (corte de base com controle automático de altura).
Cesar Di Luca, diretor comercial da Case IH, destaca a grande fase e os motivos que fazem da marca ser uma das maiores do setor. “Tivemos um ano de 2012 muito bom e também um primeiro trimestre de 2013 ainda mais movimentado, fechando com quase 40% de participação de mercado. Isso nos projeta a chegar em breve aos 50% da venda total de colhedoras de cana no Brasil”.
O diretor comercial relembra que esses números são resultado de muito trabalho e investimento. “Além das tecnologias que lançamos nos últimos anos, como o Smart Cruise, o sistema Auto Tracker e a nova e revolucionária colhedora A8800 Multi Row, a Case IH oferece também atendimentos especiais, como o Maxi Case, sistema de suporte avançado para atendimento de máquinas paradas no campo, além dos grandes investimentos em toda a rede de concessionários, com inaugurações de quase 40 lojas nos últimos dois anos. Vamos fechar 2013 com um total de 115 pontos de vendaem todo Brasil”, finaliza Di Luca.
Max Case IH – Suporte Avançado
Sistema de suporte avançado para atendimento de máquinas paradas no campo em função de problemas técnicos, que prioriza as ocorrências, colocando em status de dedicação total todos os recursos da Case IH, para garantir o retorno do equipamento ao trabalho no menor prazo possível.
O Max Case IH está disponível para as colhedoras de cana A8000 e A8800, as colheitadeiras da nova série “230”, Axial-Flow 7230, 8230 e 9230, as colhedoras de algodão Module Express 635 e café Coffee Express 200, o pulverizador Patriot 350 e os tratores Steiger, Magnum e Puma, dentro do período de garantia. Esse programa materializa o desejo da Case IH pela alta disponibilidade operacional de seus produtos.
Case IH
Referência mundial quando o assunto é mecanização na colheita de cana, a Case IH possui a fábrica de Piracicaba/SP, que é responsável pela produção de todas as colhedoras de cana da marca no mundo. A tecnologia e a alta performance dessas máquinas fazem com que as mesmas sejam as mais vendidas no Brasil, o principal país produtor de cana-de-açúcar mundial. Essa supremacia histórica é resultado de quase 70 anos de tradição da Case IH/Austoft na fabricação dessas máquinas. Como consequência, a marca atende hoje mais de 70 países.

Embrapa promove curso sobre diagnose da sigatoka-negra e do moko-da-bananeira


Os pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, José Clério Rezende Pereira, e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Rogério Eiji Hanada, ministram, nos dias 25, 26 e 27 de junho, o curso de fitopatologia Diagnose da Sigatoka-Negra e do Moko-da-Bananeira. No primeiro dia, a atividade acontece no município de Presidente Figueiredo, em propriedade de agricultor; no segundo dia a capacitação será realizada na sede da Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus; no último dia, o curso ocorre em Manacapuru, também em propriedade de produtor, e no campo experimental do Caldeirão, em Iranduba.
O objetivo do curso é capacitar engenheiros agrônomos, responsáveis pela defesa sanitária vegetal dos estados do Ceará e Minas Gerais, para a identificação e caracterização das doenças que atacam a bananeira. A sigatoka-negra é causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis e o moko-da-bananeira é causado pela bactéria Ralstonia solanacearum.
A banana é a segunda fruta mais produzida no Brasil. A bananicultura, porém, enfrenta problemas que afetam a produtividade. Dentre estes se destacam as doenças sigatokas negra e amarela, mal-do-panamá e moko, causando prejuízos elevados. O diagnóstico correto de cada doença é o primeiro passo para se definir as medidas adequadas para o controle.
Sigatoka-negra
A sigatoka-negra foi constatada no Brasil no início de 1998, nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant (AM), na fronteira com Colômbia e Peru. A doença leva a perda da produção dos bananais e já causou grandes prejuízos à bananicultura no Amazonas. A sigatoka-negra já se disseminou pelas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. O desenvolvimento e disponibilização de cultivares resistentes à sigatoka negra pela Embrapa permitiu a continuidade dos cultivos de banana.
Moko-da-Bananeira
A bactéria Ralstonia solanacearum pode causar danos a diversas espécies de plantas, incluindo culturas de importância econômica, como a banana, tomate e batata. No estado do Amazonas, a doença prevalece em solos do ecossistema de várzea. A disseminação da bactéria pode ocorrer de formas variadas, como o uso de ferramentas infectadas nas várias operações que fazem parte do trato dos pomares e contaminação de raiz para raiz ou do solo para a raiz. Insetos visitadores de inflorescências, como as abelhas, vespas e mosca-das-frutas, também são veículos de transmissão.
Programação do dia 25 de junho
8h às 16h
Visita à área de produtor no município de Presidente Figueiredo – sítio Marisa, no km 42 da estrada de Balbina;
Observação dos sintomas e dos prejuízos causados pela sigatoka-negra e o comportamento de cultivares resistentes à doença;
Identificação da sigatoka-negra e do moko, em condições de campo, no âmbito da propriedade rural.
Programação do dia 26 de junho
8h às 12h
Aula expositiva sobre sigatoka-negra e moko:
Distribuição geográfica;
Características morfológicas dos agentes causais;
Sobrevivência, disseminação e forma de infecção dos patógenos;
Sintomas e sinais das doenças;
Diferenças entre as sigatokas negra e amarela;
Diferenças entre moko, mal-do-panamá e murcha abiótica;
Sintomas de outras doenças que podem ser confundidas com a sigatoka-negra;
Métodos de controle da sigatoka-negra e do moko;
Aplicação de fungicidas na axila da 2ª folha para o controle da sigatoka-negra;
Exposição do equipamento e forma de aplicação de fungicidas na axila da 2ª folha da bananeira para o controle da sigatoka-negra.
13h às 16h
Atividades de laboratório:
Técnicas de isolamento do Mycosphaerella (Paracercospora) fijiensis;
Técnicas de cultivo de Paracercospora fijiensis;
Técnicas de produção massal de conídios de P. fijiensis;
Preparo de lâminas com estruturas de P. fijiensis;
Visualização de conídios e ascósporos dos patógenos causadores das sigatokas negra e amarela;
Técnicas para liberação de ascosporos de M. fijiensis;
Técnicas para identificação do moko.
Atividades opcionais:
Consulta à biblioteca.
Complementação de atividades de laboratório.
Visita ao almoxarifado para aquisição de livros.
Programação do dia 27 de junho
8h às 16h
Visita a campo:
Visita à área de produtor no município de Manacapuru – Fazenda Santa Regina, km 59 – para observar os sintomas e prejuízos causados pelo moko.
Visita ao campo experimental Caldeirão, no município de Iranduba, para observar o comportamento da BRS Conquista e do plátano D’Angola.

Restrição na oferta mundial de feijão limitará importação, diz corretor

DIVULGAÇÃO
Foto: DIVULGAÇÃO / Divulgação
Lüders incentiva o cultivo do feijão norte-americano "pinto beans", que é semelhante ao carioca
A restrição da oferta mundial de feijão deve limitar o aumento das importações do produto, mesmo com retirada, até 30 novembro, da alíquota de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as compras feita de países de fora do Mercosul. É o que diz o especialista na comercialização de feijão, Marcelo Eduardo Lüders, diretor da corretora paranaense Correpar, que considerou a medida acertada, para evitar a pressão dos preços do feijão sobre a inflação.

Segundo Lüders, uma das alternativas de importação é "pinto beans", produzido pelos Estados Unidos. O produto é similar ao feijão carioca, o mais consumido pelos brasileiros. Entretanto, diz ele, os importadores brasileiros terão de disputar com outros países as 100 mil toneladas disponíveis nos Estados Unidos, onde os agricultores estão segurando a safra, que foi prejudicada pelo excesso de chuvas na reta final do plantio.

– Nos últimos quinze dias, os preços do feijão subiram de 10% a 15% no mercado norte-americano – afirmou.

No caso do feijão preto, Marcelo Lüders acredita que a alta de preços deve ser amenizada entre julho e agosto, com a importação de feijão da China, que atualmente é principal fornecedora para o mercado brasileiro. Ele lembra que o feijão chinês que está chegando ao mercado é da safra velha, pois a nova começa a ser plantada a partir de setembro. O analista explica que a Argentina, que normalmente exporta 115 mil toneladas de feijão preto para o Brasil, devido aos problemas climáticos colheu neste ano a menor safra em 50 anos.

Lüders, que integra a Câmara Setorial de Feijão, vinculada ao Ministério da Agricultura, diz que há anos vem defendendo junto ao governo o incentivo ao cultivo no Brasil do feijão norte-americano "pinto beans", pois em anos de excesso de oferta poderia exportar o grão que tem boa aceitação internacional, o que contribuiria para atenuar a gangorra de preços característica do mercado brasileiro.

Os levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que houve retração na área plantada de feijão tanto na safra de verão (-7,2%), semeada no segundo semestre do ano passado, como na segunda safra, que foi plantada no primeiro trimestre deste ano (-9,5%). A projeção da Conab é de aumento no plantio da safra de inverno (+1,0%), que está sendo semeada, mas insuficiente para compensar a retração das duas outras safras. A estimativa total da Conab é de recuo de 235,2 mil hectares no plantio de feijão, para 3,026 milhões de hectares. A expectativa é de queda de 2,7% na produção, para 2,84 milhões de toneladas.

A Conab trabalha com a projeção de importação recorde de 400 mil toneladas de feijão, mas o analista Marcelo Lüders considera difícil que este volume seja atingido não só em função da oferta limitada, mas também pela incerteza em relação ao dólar, que registrou forte alta na semana passada.

– Os empacotadores terão que tomar a decisão de importação em 15 a 20 dias, para depois conviver com a incerteza do dólar durante 60 a 90 dias, até a importação do grão e a liquidação da operação.

Por meio de nota, o Ministério da Agricultura explica que a inclusão do feijão preto e comum na lista de exceções da TEC implicou na retirada de outros dois produtos. O governo excluiu o "o-Diclorobenzeno", um composto orgânico utilizado para tratamento de metais, na indústria de desodorizantes e como fungicida, entre outras finalidades, e "pêssegos, inclusive as nectarinas". A alíquota do "o-Diclorobenzeno" passará de 2% para 12%. No caso de "pêssegos, inclusive as nectarinas" a TEC será de 35% e a partir de 1º de dezembro, quando o feijão deixar a lista, voltará para 55%.

Produtores devem investir na variedade de soja Intacta RR2 para combater a helicoverpa na próxima safra

Tadeu Vilani
Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
Segundo a Aprosoja, é esperado um ganho de 10% na produtividade com a variedade
Cerca de 10% das lavouras de soja brasileiras deverão ser semeadas na próxima safra com a Intacta RR2, soja transgênica que teve a comercialização autorizada pela China no dia 10 de junho. Apesar de a multinacional Monsanto estar revisando o valor que será cobrado de royalty, que antes era estimado em R$ 115,00 o hectare, os produtores que já experimentaram a Intacta têm constatado na prática a resistência à temida helicoverpa, lagarta que também prejudica as produções de milho e algodão.

Os produtores que já testavam a tecnologia aprovada no Brasil desde 2010 têm mais um incentivo para usá-la. Apesar de ter enfrentado 45 dias de seca durante o plantio, o que comprometeu os ganhos de produtividade, o agricultor Rodrigo Werlang gostou dos resultados obtidos com a soja transgênica. 
   
– A tecnologia funcionou muito bem. A lavoura não teve problema com lagartas – afirmou o produtor.   
 
Agora, as áreas irrigadas recebem as culturas de inverno. A próxima safra de verão começará a ser plantada em outubro e, de acordo com uma consultoria, 9% das lavouras receberão a soja transgênica de segunda geração.   

Há mais de oito anos, o produtor Osmar Artiaga utiliza a primeira geração de soja transgênica, que é tolerante a herbicidas. Ele sabe das dificuldades no combate às pragas e vê na nova tecnologia a possibilidade de um melhor manejo.

– Uma das características, e o que a gente espera que possa acontecer, é um melhor controle das lagartas. Com isso, teremos melhores resultados de produção. 

– Na verdade, ela é importante para toda a produção nacional. É importante porque é mais uma tecnologia que vem no mercado. Se olharmos na questão da sustentabilidade, é importante porque há uma diminuição no uso de agrotóxicos – destaca o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.

– O custo de produção da soja é muito elevado. Com um royalty muito caro, a produção será onerada. Porém, o produtor também vai gastar menos com o uso de inseticidas para o controle de lagarta – pontua Werlang. 

A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) estima que o crescimento da área com a nova tecnologia será gradual ao longo das próximas safras.

– É esperado um ganho de 10% na produtividade. Chega a compensar a cobrança de royalties que foram apresentados. Não existe comprovação de que se terá tal ganho. É preciso a ajuda do clima e o manejo ser feito corretamente para se ter esse ganho – afirmou o diretor-executivo da Aprosoja, Fabricio Morais Rosa.

Alta do dólar e entressafra devem reajustar preços dos derivados do trigo


Mário BrasilA baixa oferta nacional de trigo pode causar aumentos dos preços de produtos derivados. Farinha, macarrão, biscoitos e o pãozinho devem ter novos reajustes nos próximos meses em razão da entressafra do cereal, da dependência das importações e do dólar em alta.

No final do mês de agosto começa colheita 2013 de trigo no Brasil, sendo que o grão colhido nesta época estará apto para moagem em meados de setembro. Isto significa que em julho, agosto e setembro, os moinhos do Sul e Sudeste do país terão um forte incremento nos custos da farinha, considerando a necessidade de importação com uma taxa de câmbio que se apreciou em 12% em pouco mais de um mês.

Para as importações de trigo externas ao Mercosul, haverá isenção do pagamento da Tarifa Externa Comum (TEC) até o final de julho. Após esta data, se espera um incremento de 10% no custo, já que Argentina, Uruguai e Paraguai não dispõem de estoques para suprir a demanda brasileira neste momento.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que realiza quinzenalmente leilões de venda, tem apenas 100 mil toneladas de trigo para ofertar. Além da baixa disponibilidade, os preços nos leilões de junho podem aumentar em até 30% comparados com aqueles realizados no final de maio. Os preços do pouco trigo que resta no país subiram pelo menos R$ 120 por tonelada no decorrer de um mês no Paraná, maior estado produtor nacional.

De acordo Gabriel Ferreira, analista de mercados do portal de notícias agrícolas AF News, a crise no abastecimento de trigo no Brasil acompanha a conjuntura mundial da safra 2012/2013, com destaque para problemas climáticos que afetaram a produção de trigo do Brasil e principalmente da Argentina, o nosso maior fornecedor.

Segundo dados do Ministério de Agricultura argentino, o mercado interno do cereal teve elevações de preços entre 31 e 51% no período de 02/05 a 20/06, pela baixa qualidade industrial do produto e, consequentemente, altas de aproximadamente 30% nas farinhas vendidas às padarias locais, algo que reflete também nas importações por parte de distribuidores brasileiros.

Dados da Conab mostram que em 2013/2014 o Brasil produzirá 5,5 milhões de toneladas de trigo, e importará outras 6,8 milhões de toneladas. Em 2012/2013 a colheita foi de 4,3 milhões de toneladas e a importação 7,2 milhões de toneladas. O consumo brasileiro de trigo está estimado em 10,7 milhões de toneladas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Produção agrícola mundial deve crescer 1,5% ao ano na próxima década

Segundo relatório divulgado pela FAO, a América Latina e o leste europeu serão grandes provedores de mercados agrícolas no período


A produção agrícola mundial deverá crescer em média 1,5% ao ano ao longo da próxima década, em comparação com o crescimento anual de 2,1% entre 2003 e 2012. É o que aponta um novo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A pequena expansão de terras agrícolas, o aumento dos custos de produção, a crescente escassez de recursos e o aumento das pressões ambientais são os principais fatores por trás dessa tendência. No entanto, o relatório defende que a oferta de produtos agrícolas deve acompanhar o ritmo da demanda global.
– A América Latina, especialmente o Brasil, continua sendo um importante centro da produção agrícola e espera-se que, junto com o leste europeu, seja um dos principais provedores de mercados agrícolas na próxima década – disse Mario Mengarelli, representante regional da FAO para o tema.
De acordo com o relatório “Perspectivas sobre a Agricultura da OCDE-FAO para 2013-2022″, em 2022 o Brasil continuará sendo o maior exportador de açúcar, com 50,7% do setor; de aves, com 33%; e de carnes bovinas, com 17,3% da exportação mundial.
Os especialistas apontam que a agricultura tornou-se um setor cada vez mais orientado pelo mercado e não pelas políticas, como era no passado, oferecendo aos países em desenvolvimento oportunidades de investimentos e benefícios econômicos devido a sua crescente demanda por alimentos, para além do possível aumento da produção e das vantagens comparativas em muitos mercados mundiais.
Espera-se que os países em desenvolvimento cubram 80% do crescimento da produção mundial de carne e fiquem com a maior parte do crescimento do comércio ao longo dos próximos 10 anos. A maioria das exportações mundiais de cereais, arroz, sementes oleaginosas, óleos vegetais, açúcar, carne bovina, frango e peixe serão deste grupo de países em 2022.
O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, afirmou que os elevados preços dos alimentos constituem um incentivo para o aumento da produção.
– Temos de fazer o nosso melhor para garantir que os agricultores pobres se beneficiem deles. Não nos esqueçamos que 70% da população mundial em situação de insegurança alimentar vive nas áreas rurais de países em desenvolvimento e que, na sua maioria, são pequenos agricultores que praticam uma agricultura de subsistência – disse Graziano.

Saiba os riscos dos agrotóxicos à saúde do trabalhador rural, no ES




Equipe de reportagem acompanhou os produtores rurais por três meses.
Flagrantes mostram o uso irregular do produto e os riscos à saúde.

Apesar de existirem leis específicas para regulamentar venda e uso de agrotóxicos, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) reconhece que há falhas na fiscalização. No Espírito Santo, a questão vem se mostrando um problema amplo, passando pela venda irregular dos produtos, pela falta de cuidados do homem do campo na aplicação do agrotóxico, até os riscos à saúde do trabalhador. Durante três meses, uma equipe de reportagem do ESTV 2ª Edição acompanhou a utilização e os efeitos dos agrotóxicos em famílias de produtores rurais, em três regiões do estado. (Veja acima a terceira reportagem da série)
Os agrotóxicos apresentam grande risco à saúde dos trabalhadores rurais, que ficam em contato direto com o veneno, principalmente por não realizarem o procedimento correto de aplicação do produto. Um flagrante em uma lavoura de morango mostrou o veneno exposto no meio da plantação, dentro de uma das caixas em que o fruto é transportado. Outro flagrante: a mangueira usada para a aplicação do veneno estava em contato direto com o solo.
O número de crianças que nascem com o desenvolvimento comprometido em famílias de agricultores é grande. Na Apae de Muniz Freire, região do Caparó no Espírito Santo, são atendidas 170 crianças. Cerca de 80% delas são filhos e filhas de trabalhadores rurais. Segundo a psicóloga Lerina de Souza Vieira, o quadro clínico das crianças é deficiência intelectual leve a moderada. “Temos também casos de síndromes e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.” As crianças recebem atendimento de uma equipe de profissionais, mas não é suficiente para atender a demanda.Por não utilizar os equipamentos de segurança necessários, o homem do campo se expõe aos riscos do produto químico. O contato direto com o veneno pode provocar inúmeros efeitos à saúde humana. Em mulheres grávidas, pode afetar o desenvolvimento do bebê. “Ele pode nascer com alterações cromossômicas sérias”, diz a coordenadora do Toxcen, Sony Itho.
“Todo município que tem uma base agrícola, como o nosso, convive com isso. Ter o agrotóxico presente pode ocasionar algum tipo de deficiência nessas famílias, e a deficiência vai sendo passada de geração para geração”, comenta a assistente social Sandra Delarmelina.
Sony Itho destaca a importância do trabalhador rural manter os cuidados necessários na utilização de agrotóxicos. Isso implica em cuidados tanto com a própria saúde dos produtores, tanto com o meio ambiente e os futuros consumidores do alimento.

Embrapa Rondônia desenvolve técnicas de proteção do solo do cafezal durante a seca


Pesquisa desenvolvida pela Embrapa Rondônia, em parceria com a Embrapa Café, coordenadora do Consórcio Pesquisa Café, revela práticas que podem evitar os transtornos causados pelo período de seca em Rondônia. De maio a setembro, a seca afeta o florescimento e a produtividade do cafeeiro. A florada principal dos cafeeiros Conilon e Robusta ocorre entre o fim de julho e o início de agosto em Rondônia. Dependendo da quantidade de chuva, temperatura média mensal e do correto manejo do cafezal, pode ocorrer uma segunda e até uma terceira florada nos meses de agosto, setembro e outubro.
O artigo “Período seco chegando: hora de proteger o solo do cafezal”, de autoria dos pesquisadores Júlio Cesar Freitas Santos, Rogério Sebastião Corrêa da Costa e Francisco das Chagas Leônidas pode ser encontrado no site da Embrapa Rondônia: http://www.cpafro.embrapa.br/portal/noticia/308/
Técnicas de proteção
Segundo esses pesquisadores, uma das formas de auxiliar a uniformização da florada e aumentar a produtividade do cafezal na época da seca é manter as entrelinhas do cafezal protegidas. Isso pode ser feito com o uso de cobertura morta, uso de capins, palhadas, casca de café, roço das plantas daninhas e outros resíduos existentes na propriedade rural. A cobertura morta do solo, além de conservar a água para a lavoura e evitar as altas temperaturas no terreno, o enriquece com matéria orgânica, nutrientes e reduz a presença de plantas daninhas.
Pesquisas desenvolvidas em Rondônia e Minas Gerais mostram que a casca de café é excelente fornecedora de matéria orgânica, rica em potássio e nitrogênio. Sua utilização melhora a capacidade de retenção de umidade pelo solo, diminui a temperatura nas camadas superficiais e melhora o arejamento, além de controlar a erosão e reduzir o crescimento de plantas daninhas.
Em ensaios conduzidos na Embrapa Rondônia, a aplicação de 70 t/ha de casca de café em um cafezal recepado promoveu um aumento nos níveis foliares de fósforo, potássio, cálcio e magnésio – aumentando a produtividade do cafeeiro em até 90% (de 20 para 38 sacas/ha) em relação ao cafezal não recepado.
Em outro ensaio conduzido na Universidade Federal de Viçosa, instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, pesquisadores testaram o uso da casca de café como cobertura de solo no cafezal. Observou-se uma maior retenção da água no solo, que apresentou condição mais favorável à manutenção do sistema radicular do café – principalmente após longos períodos de seca. O uso da casca de café como cobertura dobrou a quantidade de raízes da planta.
Mais uma forma de obter resíduos para cobertura do solo é o cultivo intercalar de leguminosas e/ou gramíneas nas ruas do cafezal. Elas devem ser cortadas no final do período chuvoso para a formação da cobertura morta e proteção do solo no período seco. Além de servirem como fonte de cobertura morta, as leguminosas beneficiam o solo e as plantas por meio da fixação de nitrogênio. Leguminosas como amendoim forrageiro (Arachis pintoi), desmódio (Desmodium ovalifolium), feijão de porco (Canavalia ensiformis) e mucuna (Stizolobium sp.) têm sido utilizadas com resultados satisfatórios nos cafezais em Rondônia.
Entre as gramíneas, o milheto (Pennisetum glaucum) é uma planta que se adapta bem em solo de baixa fertilidade e com déficit hídrico, tem alta capacidade de ciclagem de nutrientes, crescimento rápido e elevada produção de biomassa. Além disso, apresenta resistência às principais pragas, reduzindo a população de nematóides como Meloidogyne incógnita e javanica, Pratylenchus brachyurus e Rotylenchulus reniformis. O milheto vem sendo usado com sucesso em cafezais do Espírito Santo e de Rondônia.
O capim braquiária é outra gramínea que pode também ser utilizada, por meio do cultivo e roço nas ruas do cafezal. A vantagem é a produção de grande quantidade de material vegetal. O sistema radicular da braquiária é extremamente desenvolvido, o que ajuda na estruturação do solo, aumenta o teor de matéria orgânica e dificulta a erosão.

Camex reduz alíquota para importação de feijão

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu reduzir de 10% para zero o Imposto de Importação do feijão preto e de outros tipos de feijão, que não branco. A medida temporária entra em vigor hoje, com a publicação da Resolução Camex n° 47/2013 no Diário Oficial da União, e vigora até 30 de novembro deste ano. A redução da alíquota tem o objetivo de facilitar a compra externa, aumentar a oferta de feijão no mercado brasileiro e reduzir o preço do produto, já que houve queda da produção nacional e ainda não há perspectivas de aumento da oferta doméstica.
“Essa medida é fundamental para aumentar a oferta do produto no mercado e mostra a preocupação do Governo Federal em reduzir os índices de inflação. É preciso garantir preço justo aos consumidores”, explicou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. O preço médio do quilo do feijão pago aos produtores em maio do ano passado era de R$ 2,08, enquanto no mesmo mês deste ano foi de R$ 2,77, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas.
A Conab estima para 2013 uma safra de 2,8 milhões de toneladas de feijão, ante os 2,9 milhões de toneladas no ano passado. “Este ano, a produção deve ser a pior em 11 anos. Além da seca que castigou a semiárido nordestino, houve redução de área plantada de 9,5% na região Centro-Sul e no Nordeste. Também ocorreu quebra no rendimento (14,3%)”, analisa o técnico de mercado da Conab, do Ministério da Agricultura, João Ruas.
A alteração foi feita por meio da inclusão dos dois códigos NCM referentes ao feijão na Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (Letec). Como a Letec tem número limitado de vagas, foi necessário retirar outros dois produtos da lista. Foram excluídos o “o-Diclorobenzeno” (NCM 2903.91.20), um composto orgânico utilizado para tratamento de metais, na indústria de desodorizantes e como fungicida, entre outras finalidades, e “pêssegos, inclusive as nectarinas” (NCM 2008.70.90).
A escolha levou em conta a urgência da adoção da medida de redução da alíquota para importação do feijão e uma análise relativa aos demais códigos NCM presentes na Letec. Com a exclusão, a alíquota do Imposto de Importação do “o-Diclorobenzeno” passará de 2% para 12%. Já o produto “pêssegos, inclusive as nectarinas” que estava na Letec com alíquota de 55%, voltará, até 30 de novembro de 2013, para a Tarifa Externa Comum (TEC) consolidada de 35%. A partir de primeiro de dezembro, o item volta à Letec com 55% de Imposto de Importação.

Hortitec 2013 abre as portas em Holambra/SP



A vigésima edição da Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas – foi aberta nesta quarta-feira (19), no Pavilhão da Expoflora, em Holambra/SP, e segue até sexta-feira (21). Considerada a maior feira de horticultura da América Latina, a mostra reúne 400 expositores que apresentam evoluções tecnológicas e novidades para produtores dos diferentes setores do agronegócio: flores, frutas, hortaliças, florestais e demais culturas intensivas. “A busca no mercado de horticultura hoje é por novidades em tecnologia e inovação que elevem a produtividade no campo e assegurem qualidade cada vez maior dos produtos, nas diversas formas de cultivo”, afirma Renato Opitz, diretor da RBB Feiras e Eventos, empresa responsável pela organização da Hortitec. A expectativa é receber mais de 26 mil visitantes.
Muitas novidades atraem a atenção de produtores dos quatro cantos do país e também do exterior. Entre os destaques no segmento de flores estão a Petúnia Sophistica, que impressiona pela sua cor negra, e as novas variedades de rosas, apresentadas por diversas empresas melhoristas internacionais. Nas hortaliças, pimentões com nove variações de cores, tomates de cores, sabores e formatos diferentes, como os amarelos, que contêm betacaroteno, a exemplo da cenoura, o pepino Beit Alpha, uma versão menor do produto, mais crocante e sem espinhos, além de uma nova variedade de espinafre para saladas.
O nível técnico do público que visita a Hortitec é o grande diferencial do evento. A fim de garantir esse perfil, os convites são distribuídos aos clientes atuais e potenciais dos próprios expositores, provocando um grande encontro de negócios, cuja expectativa é movimentar R$ 95 milhões. Somente visita feira quem tem real interesse no setor e, por isso, a Hortitec acabou por se tornar passagem obrigatória para produtores e profissionais de agribusiness interessados em conhecer as tendências do mercado, trocar experiências, fazer e programar negócios.
Informações adicionais sobre o evento e sobre o congresso estão disponíveis no site www.hortitec.com.br ou pelo telefone (19) 3902-4092.

Plantadora de Hortaliça Natura é o destaque da Jumil na Hortitec 2013



A Jumil se destaca em um mercado que é muito significativo em termos de necessidades de implementos agrícolas e no qual ela vem atuando há anos. A Plantadora de Hortaliças JM2400 NATURA é uma geração de plantadoras de hortaliças, concebida com foco na precisão de plantio. Conforme explica o gerente de engenharia, Fabio Chencci, este equipamento traz como principais avanços o plantio em linhas duplas com distribuidores de sementes individuais para cada linha e um novo distribuidor de sementes, concebido especialmente para o plantio de hortaliças.
A JM2400 conta ainda com um inédito conjunto de seletores de sementes primários e secundários que, aliados à precisão na construção do disco e demais componentes, conferem grande precisão na distribuição de sementes, minimizando a ocorrência de sementes duplas ou falhas e permitindo até mesmo a eliminação do raleio (operação manual de eliminação de plantas duplas ou muito próximas) em plantio de cenoura dependendo da uniformidade da semente, o que implica em grande economia de sementes e mão de obra. Conta também com um de filtros de ar para realizar a limpeza dos furos do disco após a liberação da semente.
Chencci explica que a plantadora de hortaliças pode ser montada com 03 a 07 unidades semeadoras para o plantio de linhas duplas com espaçamento de 80 a 125mm entre linhas e no mínimo 230mm entre unidades semeadoras. Sua principal característica é permitir o plantio de precisão para cenoura, cebola e outras hortaliças, tanto com sementes peletizadas quanto incrustradas ou nuas. “É um produto que demandou inúmeras clínicas com produtores, visitas a feiras internacionais e pesquisas de produtos concorrentes, além de um intenso trabalho de projeto e validação para chegar ao distribuidor de sementes”, salienta o engenheiro.
O Gerente Nacional de Vendas da Jumil, Flavio Trezza, afirma que a JM2400 Natura é indicada para pequenas, médias ou grandes áreas, podendo plantar até 4 ha/dia na configuração de 07 linhas. “Seu grande diferencial é ser uma geração de plantadoras de hortaliças, concebida com foco na precisão de plantio, por isto utiliza a tecnologia Exacta, desenvolvida pela Jumil, o que a diferencia no mercado”, finaliza Trezza.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Começa em São Paulo a maior feira indoor de pecuária do mundo


Teve início nesta segunda-feira (17) a 19ª edição da Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne), maior evento indoor do gênero do mundo, promovida pelo Agrocentro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo/SP.
Em 50 mil m², 250 empresas de referência nos segmentos de genética, saúde e nutrição animal, órgãos de desenvolvimento e pesquisas, máquinas e equipamentos, frigoríficos, entidades representativas, apresentam suas novidades aos mais de 25 mil visitantes esperados para esta edição da feira.
Cerca de 4 mil animais, de 20 raças de bovinos (Simental, Simbrasil, Caracu, Limousin, Sindi, Bonsmara, Marchigiana, Devon, Nelore, Nelore Mocho, Senepol, Angus, Hereford, Braford, Canchim, Charolês, Guzerá, Brahman, Tabapuã e Wagyu) e duas de ovinos (Dorper e Santa Inês) participam da feira com julgamentos. Estreiam na Feicorte a raça Devon e a Associação do Cavalo Puro Sangue Lusitano.
“A Feicorte é um grande encontro da pecuária, de todas as raças e criadores. A feira está cada vez mais fortalecida e isso se reflete na participação de novas raças e de outros setores que estão envolvidos no dia a dia das fazendas, como cavalos, muares e ovinos e caprinos”, avalia a gerente do Agrocentro, Carla Tuccilio.
Expoinel Paulista
Uma das novidades desta edição é que a Feicorte sedia a Expoinel Paulista, etapa obrigatória para os criadores da raça Nelore que disputam o Ranking Nacional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) pelo Estado de São Paulo. A Feicorte é também etapa obrigatória da 1ª Copa São Paulo – Paraná, um dos campeonatos inter-regionais promovidos pela Nelore como uma ferramenta de integração entre criadores e expositores de diversas regiões. Participam da Expoinel 430 animais Nelore e Nelore Mocho.
Feinco Preview
Outra novidade da Feicorte em 2013 é a realização da Feinco Preview, com leilões de ovinos, cursos, palestras, julgamentos, Espaço Gourmet e concurso de carcaças, o primeiro em uma grande exposição. Será lançado também na Feinco Preview um selo de qualidade para cortes provenientes de cruza Dorper.
Feimuares
A Feicorte sedia ainda a 2ª Feimuares (Feira de Muares e Asininos), com a exposição de jumentos, burros e mulas, permitindo ao visitante conhecer a evolução desses animais e sua importância nas mais diversas atividades no campo.
“O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo, sendo que 90% do manejo é feito por muares. A Feimuares é uma oportunidade de mostrarmos a toda a cadeia o desenvolvimento e a importância desses animais para a pecuária no país”, ressalta Herman Martin Frank, proprietário do Criatório Campeãs da Gameleira, expositor da Feimuares.
São 24 baias com a exposição de 30 animais de “serviço” e “para patrão”. Os destaques são os jumentos campeões Itarantin da Gameleira e Japurá da Gameleira, além de duas mulas pampas com seis e oito meses de idade.
Prêmio Nelson Pineda
Na noite desta terça-feira (18) será feita a entrega do Prêmio Nelson Pineda – Ano III, promovido pela organização da feira em parceria com a Scot Consultoria e Associação Nacional de Confinadores (Assocon). Serão premiados os 40 destaques do confinamento de 2012 no Brasil e 10 destaques em sustentabilidade, além da homenagem a um produtor de gado a pasto, que marcará o lançamento de uma nova categoria do Prêmio: Boi a Pasto.
“O Prêmio vai ao encontro com o modelo atual da pecuária, que busca competitividade e qualidade, melhora nos índices e o bem-estar dos animais e daqueles que trabalham e vivem do setor”, destaca a gerente do Agrocentro, Carla Tuccilio.
Capacitação para tratadores
A Feicorte preparou uma programação especial para tratadores de gado como forma de reconhecimento e valorização do trabalho desses profissionais. Promovidas pelo Agrocentro, Beckhauser, Ouro Fino, Tortuga e Marfrig, será oferecido um jantar de confraternização e três palestras de capacitação em manejo, sanidade e nutrição, de terça a quinta, às 10h, na sala Cedro. As inscrições estarão abertas todos os dias a partir das 18h.
Na terça, a palestra será sobre sanidade, ministrada por Marcus Rezende, da Ouro Fino; na quarta, Carlos Eduardo dos Santos, da Tortuga, fala sobre nutrição; e na quinta, o coordenador de sustentabilidade do Grupo Marfrig, Stavros Tseimaziades, o veterinário da Beckhauser, Renato dos Santos, tratam de manejo – da fazenda ao frigorífico.
Eventos
Durante a Feicorte serão realizados mais de 120 eventos, entre leilões, julgamentos, palestras, seminários, cursos e painéis, fortalecendo ainda mais a feira como palco de negócios e das principais discussões que envolvem a cadeia produtiva na carne.
Nos dias 17 e 18 de junho ocorre o VII Curso de Morfologia para Seleção e Escolha de Reprodutores e Matrizes das Raças Zebuínas de Corte - Feicorte 2013, oficializado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e nos dias 18 e 19, o Curso Boi com Bula - Selecionando Reprodutores e Matrizes Funcionais.
Na terça, às 11h, o juiz internacional Matteo Ridolfi, convidado pela Associação Brasileira de Criadores de Marchigiana, ministra a palestra técnica “A influencia da genética italiana no melhoramento da raça na Itália e no Brasil”. Às 11h30min, a Associação Brasileira de Hereford e Braford lança o selo “Carne Certificada Hereford”. No mesmo dia, a partir das 14h será promovido o Painel “Prioridades de Sanidade Animal”, coordenado pelo presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Tirso de Salles Meirelles, quando serão abordados temas como Febre Aftosa, Brucelose, Raiva Bovina e Clostridiose.
A Câmara Setorial da Carne Bovina se reúne na quarta, dia 19 de junho, às 12h, para discutir a conjuntura da pecuária bovina e a criação do Conselho da Bovinocultura (Consebov). Às 14h será oferecida pela Nufarm a palestra “Uma nova visão sobre a interferência de plantas daninhas em áreas de pastagens”, ministrada pelo Professor Doutor Sidnei Roberto de Marchi, do Instituto de Ciências Exatas e da terra - ICET/UFMT, e às 19h haverá uma palestra técnica sobre a BRS Paiaguás, com a Dra. Cacilda Borges do Vale, promovida pela Unipasto.
Ainda na quarta-feira (19), às 16h, o “Encontro de Líderes” discutirá governança para programas de fidelidade, com a participação de executivos das principais empresas da cadeia produtiva (produtores, insumos, indústria e varejo) e homenagens a personalidades do ano do agronegócio: o ex-secretário da Agricultura de SP, João Sampaio e os ex-Ministros da Agricultura, Alysson Paulinelli e Roberto Rodrigues.
Na quinta-feira (20), às 10h, a Feicorte promove o 1º Fórum de Comunicação: A importância da comunicação e eventos como canais difusores de atualização e novos conhecimentos para a pecuária do futuro. Às 14h, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles ministra a palestra “Riscos e oportunidades da desaceleração da economia para o agronegócio”, seguida de debate com Ivan Wedekin (Diretor de Commodities BM&FBOVESPA e Diretor Geral BBM) e Miguel Daoud (Comentarista econômico do Canal Rural). No mesmo dia, das 14h às 17h, será a vez do Workshop Veterinária - USP na FEICORTE - Tecnologia com retorno econômico para a cadeia produtiva da carne bovina.

Material aborda mais de 15 doenças do trigo



Um material completo sobre doenças do trigo foi disponibilizado para acesso no Clube Phytus. O material é de autoria do consultor ad hoc do Instituto Phytus e PhD em Fitopatologia Ricardo Silveiro Balardin. São 54 páginas contendo mais de 15 doenças e os principais problemas na produção do trigo, incluindo as condições favoráveis para desenvolvimento das doenças, os componentes das doenças, métodos de controle, entre outros aspectos.
Todo o público ligado ao agronegócio pode acessar gratuitamente este conteúdo através do linkhttp://migre.me/eZhn2.
Outros materiais sobre trigo também podem ser acessados, como Critérios para escolha de variedades (http://migre.me/eZhy9) e a Escala Fenológica do Trigo ( http://migre.me/eZhAr), ambos materiais publicados nos últimos 30 dias.
Para ficar por dentro das novidades do Instituto Phytus, acesse as redes sociais através do @iphytus no Twitter e do facebook.com/iphytus.

Milho safrinha apresenta crescimento recorde de produtividade safra 2012/2013



Começa neste mês de junho no Tocantins a colheita do milho safrinha da safra 2012/2013. O plantio do grão ocorreu logo após a colheita da soja, entre fevereiro até meados de março de 2013, aproveitando os últimos meses do período chuvoso. As chuvas generalizadas ocorridas nos meses de maio e junho foram as responsáveis pela produtividade recorde de 4.710 quilos por hectare. Uma variação positiva de 11,7% em relação à safra anterior. O milho segunda safra é cultivado em apenas 14 estados brasileiros, e na região Norte, em somente dois, Tocantins e Rondônia.
A área cultivada é de 40,9 mil hectares. Já a produção, segundo previsão da Comissão Estadual de Levantamento de Informação Agrícola, aponta que o Estado vai colher 192,6 mil toneladas, 2,9% superior à safra de 2011/2012, que foi de 187,1 mil.
De acordo com o assessor executivo de Desenvolvimento Vegetal da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), José Américo Vasconcelos, os produtores aproveitam que a soja foi colhida e utilizam a área para o cultivo do milho safrinha. “O custo diminui com insumos além de promover a rotação de cultura”, argumenta.
Nacional
No Brasil, a previsão é colher 43,62 milhões de toneladas, em uma área de 8,9 milhões de hectares. O destaque da produção vai para os estados da região Centro-Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. “Foi observado que a ocorrência de chuvas a partir da semana iniciada em 27 de abril, seguramente repercutirá na melhoria da produtividade das lavouras, especialmente daquelas plantadas fora do ciclo”, explica Vasconcelos, acrescentando que a nível nacional a produtividade apresentou um incremento de 2,3%, quando comparado com o resultado do ano passado. “Fruto do melhor desempenho das lavouras nos estados da Região Sul e de uma melhor performance, tanto na Região Norte quanto Nordeste”, completa o assessor.
Comissão
A comissão Estadual de Levantamento de Informação Agrícola é formada pela Conab, IBGE, Seagro, Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e agentes financeiro.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O que esperar do trigo em 2013



O que esperar do trigo em 2013
10/06/13 
A área de trigo no Brasil deverá crescer 5,9% em relação ao ano passado, mas o incremento na produção deverá chegar a 19,6% (CONAB, maio 2013). A estimativa considera um possível aumento no rendimento médio das lavouras depois da quebra de 30% na última safra. Clima e preço favoráveis constroem o cenário positivo da triticultura em 2013.

Nesta safra, o Brasil deverá retomar a média histórica de produção de trigo, entre 5 e 6 milhões de toneladas. Segundo levantamentos de intenção de plantio, a área que começou a ser semeada em abril e se estende até julho deverá contar com pouco mais de 2 milhões de hectares (ha), apontando crescimento da área semeada nos estados do Paraná (+10,5% com 897 mil ha), Minas Gerais (+10,2% com 23,7 mil ha), Santa Catarina (+5% com 66,6 mil ha), Goiás (+4,5% com 9,4 mil ha) e Rio Grande do Sul (+3,8% com 1.027 mil ha). O rendimento médio esperado sobe de 2.260 kg/ha em 2012 para 2.700 kg/ha em 2013.

Em SC, o crescimento deverá ser acompanhado de maior investimento pelo produtor. A razão apontada pela economista da Epagri, Márcia Cunha, é o bom preço do cereal no início dos plantios de inverno. “Em algumas regiões encontramos novos silos em construção destinados ao armazenamento do trigo. Mas ainda é cedo para projeções, pois tudo pode mudar em função dos preços dos insumos e da cotação do cereal”, avalia Márcia Cunha.

De acordo com a Embrapa Trigo, o ganho genético nas lavouras de trigo tem sido de 50 kg/ha ao ano, refletindo nas lavouras que passaram de 2.000 para 2.500 kg/ha na última década, exceto em anos de frustrações climáticas como 2003, 2006 e 2012. Hoje, o produtor dispõe de mais de 106 cultivares de trigo (com sementes disponíveis no mercado e registradas no MAPA) para cultivo nas em três regiões tritícolas e adaptadas às mais diversas realidades e padrões tecnológicos. Conforme o pesquisador Pedro Luiz Scheeren, “a pesquisa está oferecendo o que existe de melhor em termos de genética. O produtor está cada vez mais profissional na condução da lavoura. Neste cenário, eu acredito que, nos próximos dez anos, o Brasil será competitivo no mercado internacional de trigo. O mundo olha para nós com especial atenção, pois sabe do nosso potencial de crescimento e inovação”.
         
Clima

O clima que prejudicou o trigo na última safra não deverá se repetir neste ano. Segundo o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, a tendência, em função dos grandes indicadores globais, é de uma condição climática normal em 2013. As chances de El Niño, trazendo excesso de chuva na primavera, são baixas. Este cenário  indica menor incidência de doenças e melhor qualidade do produto colhido. Contudo, o pesquisador ressalta que, mesmo não sendo possível prever como será o tempo na época de colheita e quando exatamente ocorrerão as geadas, principais intempéries que representam riscos à cultura, “a antecipação de que não deveremos ter El Niño nessa safra é uma boa notícia para os triticultores do sul do Brasil”, e recomenda: “o produtor deve seguir o zoneamento agrícola, fazer escalonamento de semeadura com diferentes cultivares, investir em adubação e tratamento fúngicos conforme necessidade, enfim, zelar pelo manejo da lavoura do começo ao fim da safra”, orienta Cunha.

Outra recomendação da pesquisa ao produtor é semear apenas o que terá capacidade de colher: “se eu posso plantar 50 hectares por dia, é porque minha capacidade é para colher 50 hectares num único dia. O que acontece, muitas vezes, é que o trigo é plantado todo num dia, mas a colheita pode levar até uma semana. O cereal fica pronto para colher, mas acaba estragando enquanto espera na lavoura”, alerta o pesquisador Pedro Scheeren.

Preços

Em 2012, a redução da produção mundial e a queda de rendimento e de qualidade do trigo no RS resultaram em pressão positiva sobre os preços, ultrapassando R$700,00/t. Fatores como o consumo (681,0 milhões de t) maior que a produção (653,6 milhões de t), resultaram em uma relação estoque/consumo de 26%, a menor observada nos últimos três anos, e, juntamente ao aumento de preços de milho e soja e restrições de exportações em alguns países, impulsionaram os preços no final de 2012. “Os preços internos têm forte influência dos preços do mercado internacional, seguindo um padrão de evolução de comportamento semelhante, com algumas exceções pontuais, principalmente, em decorrência de problemas de frustração de safra”, explica a pesquisadora da Embrapa Trigo, Cláudia De Mori.

No entanto, o cenário mostra-se favorável à recuperação da oferta global, com ampliação da área semeada em países da União Europeia, Rússia, Ucrânia, Cazaquistão e Canadá. Também está previsto o retorno aos rendimentos normais na Rússia e na Ucrânia que sofreram com a seca no ano passado, embora um aumento de consumo dificulte a recomposição dos estoques.

A primeira estimativa da FAO para a produção mundial de trigo em 2013 é de 695 milhões de toneladas, o que representa 35,4 milhões de toneladas acima da safra 2012 e a segunda maior safra no registro. Porém, o consumo mundial tem apresentado crescimento de 2,1% ao ano, enquanto a produção tem crescido 1,54%. Some-se, ainda, a demanda crescente do uso do trigo na alimentação animal (impulsionado pelo balanço de oferta e demanda do milho) e na produção de biocombustível (tendência na Europa pela perda de mercados de exportação de trigo para os países do Mar Negro), além do mercado interno na China que está aquecido, são fatores que poderão influenciar a curva de preços. A redução de rendimento nas lavouras americanas, pelas adversidades enfrentadas pelos cultivos de inverno e a ocorrência de chuvas e alagamentos em algumas áreas que poderão refletir na qualidade, os possíveis problemas de qualidade na Ucrânia (especula-se que metade possa ter destino forrageiro) e as chuvas excessivas na Europa Ocidental têm mantido as cotações do cereal firmes nos últimos meses.

No mercado interno, a relação estoque/consumo estimada para a safra 2013/2014 é baixa, na ordem 6,3%, o que poderá neutralizar efeitos de queda de preços no mercado internacional em decorrência da maior oferta prevista. Apesar das estimativas de aumento de produção global, da isenção da TEC e importação de trigo americano, e dos leilões da CONAB ocorridos em maio, os preços internos têm se mantido firmes. O preço médio no RS, no mês de maio, de R$30,75/saca 60 kg, é 28,1% superior ao valor médio de maio de 2012 e, no PR, a cotação de R$38,39/saca de 60 kg, é 49,6% superior ao registrado em maio de 2012. No mercado internacional, as cotações observadas na última quinzena de maio, para entrega em dezembro, foram de US$264,80/t FOB em Chicago, US$ 276,66/t FOB em Kansas e US$275,85/t FOB na Argentina.

 “É importante lembrar que além dos fatores tradicionais, como produção, consumo, estoques e comércio internacional, que exercem influência na formação de preços, os aspectos relacionados à qualidade tecnológica do cereal também condicionam a definição de preço do produto e devem ser considerados, assim como a implementação de formas de interação comercial com os elos industriais com especificação de produto fim”, conclui De Mori.