quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Manejo dos pintinhos


Manejo dos pintinhos

Objetivos:  estabelecer um lote saudável desde o 1º dia de vida, no qual o crescimento alcance o alvo de peso corporal padrão, juntamente com o alvo de uniformidade, de tal forma que o bem-estar possa ser mantido durante o processo.
Qualidade dos pintos: A qualidade do produto final depende de todos os processos de produção, por exemplo, saúde e manejo, incubação, entrega eficiente de pintos, sendo os mesmos de boa qualidade e uniformidade. A qualidade dos pintos é influenciado por todos estes estágios.
Deve-se estar atento ao ambiente onde os pintos são mantidos e transportados, sem se descuidar da higiene, minimizando contaminações cruzadas e infecções do saco vitelínico. 
Condições ótimas de preparo e transporte dos pintos24ºC de temperatura ambiente; 75% de umidade relativa (UR)
Tabela 1:
 sumário de condições ótimas de preparo e transporte dos pintos.
Preparação para o recebimento dos pintos: Vários fatores podem afetar negativamente o crescimento bem sucedido dos pintos, entre eles a criação de machos e fêmas separados, a idade para o descarte, a idade dos lotes de origem, técnicas de manejo, como por exemplo iluminação.
Os galpões devem abrigar aves em idade única no mesmo núcleo, sendo que abrigar pintos de idades distintas torna menos eficazes e difíceis os programas de vacinação e limpeza.
Galpões, arredores e todos os equipamentos devem estar limpos e desinfetados antes da chegada dos pintos.
A cama deve ser distribuída com homogeneidade, e com uma profundidade de 5-8 cm e posteriormente deve ser compactada. A distribuição irregular da cama causará problemas na distribuição de ração e água, que acarretará numa desuniformidade do produto final.
Os áviários devem estar pré-aquecidos, sendo que a temperatura e a úmidade relativa devem ser ajustados, ao menos, 24 horas antes da chegada dos pintos, sendo que estes fatores devem ser constantemente monitorados para garantir condições ótimas de desenvolvimento dos pintos.
Os pintos exigem ar de ótima qualidade, sendo que os sistemas de controle ambiental devem ser capazes de propiciar tais condições, tomando-se todo o cuidado para que não haja corentes de ar. Gases podem causar doenças pulmonares e cardíacas, por isso deve-se garantir que os mesmos são eficientemente removidos.
Fornecer água limpa, dentro da temperatura adequada, sendo que todos os pintinhos devem ter acesso à água e à ração logo depois de acondicionados no aviário.
Fornecer ração fresca, triturada ou farelada e livre de pó, no início, disponível em rações de plástico ou papel corrugado. A área de alimentação deve ocupar 25% dos círculos de proteção, sendo que os comedouros e bebedouros não devem estar dispostos logo abaixo das campânulas.
Tentar alojar os pintinhos provenientes de um mesmo lote de matrizes separadamente no mesmo aviário, quando isso for impraticável, e os pintinhos tiverem que ser misturados, deve-se fazer isso após o 5º dia de vida. Esse manejo tem por objetivo reduzir a competição e manter a uniformidade.
Alojamento dos pintos: Antes dos pintinhos serem alojados, deve-se verificar a disponibilidade de água e ração, sendo que os mesmos, após chegarem devem ser descarregados o mais rápido o possível, pois quanto maior o tempo de permanência nas caixas, maior será a desidratação. Essa desidratação poderá causar taxas de mortalidade elevadas e reduzir o potencial de crescimento inicial.
As caixas, em hipótese alguma, devem ser empilhadas na área dos círculos, pois poderá causar um superaquecimento acelerado além de causar asfixia nas aves.
Os pintinhos devem ser retirados das caixas rapidamente, porém com cuidado, e homogeneamente removidos para a área dos círculos. Uma parcela dos pintinhos deve ser pesada, a fim de que se obtenham dados a respeito do peso médio e uniformidade do lote. As caixas vazias devem ser rapidamente retiradas do aviário.
Deve haver um tempo de adaptação para os pintinhos que varia de 1-2 horas, certificando-se que nessa fase de adaptação eles tenham acesso fácil à ração e à água, lembrando-se de fazer todos os ajustes necessários nos equipamentos, principalmente a temperatura, para que as condições sejam ótimas.
A partir dos 2-3 dias, comedouros e bebedouros existentes devem ser reposicionados, e ajustados com a introdução de outros adicionais, bem como aumentada toda a área de iluminação.
Manejo de círculos: Existem dois sistemas básicos para aquecimento na criação de frangos:
* Campânulas;
* Aquecimento do galpão inteiro.
Campânulas: Nesse sistema é fornecido um gradiente de temperatura.
O calor provém de campânulas convencionais, sendo que as aves devem ser restritas aos círculos, que estão iluminados, sendo que o restante do aviário deve permanecer no escuro ou na penumbra.
A seguir, as temperaturas da área de aquecimento: 
Galpão inteiroÁrea de aquecimento
Idade (dias)Temp ºCIdade (dias)Embaixo A2m
B
Galpão C
1291302725
2283282624
3276282523
4269272523
52512262522
62415252422
72318242422
82221232322
92124222221
102127212121
Tabela 2: Temperaturas de cria
O comportamento dos pintos é um indicativo satisfatório e adequado da campânula. Os pintos devem estar homogeneamente espalhados dentro do círculo de proteção.
Aquecimento do galpão inteiro: nesse sistema não é fornecido um gradiente de temperatura, sendo que se pode fazer uso de campânulas nesse sistema. O aviário pode ser aquecido por meio de sistema direto ou indireto. Geralmente o sistema direto utiliza gás ou óleo para empurrar ar quente dentro do aviário por um ou mais pontos. As temperaturas recomendadas se encontram na tabela 2.
Os pintos devem estar homogeneamente distribuídos dentro do círculo de proteção, sendo que se pode fazer uso de ventiladores internos para melhorar a qualidade do ar, a temperatura e a umidade relativa. O monitoramento e controle da temperatura ambiental e umidade relativa são de suma importância quando se faz uso do sistema de aquecimento do galpão inteiro.
Círculos ou barreiras poderão ser usados para ajudar no movimento inicial dos pintinhos. Esta área de círculos deverá ser gradualmente ampliada a partir dos 3 dias de idade e finalmente removida de 5 a 7 dias, de maneira que os pintos tenham livre acesso a todos os bebedouros e comedouros do aviário.
Manejo geral: A temperatura deve ser medida ao nível dos pintinhos. A qualidade do ar é muito importante durante o período de cria. O objetivo da ventilação durante este período é a manutenção da temperatura em níveis corretos e também permitir suficiente movimentação do ar para evitar qualquer aumento potencialmente prejudicial de dióxido de carbono, monóxido de carbono ou amônia. O uso de ventiladores ou sistema de circulação interna auxiliará na otimização da qualidade do ar ao nível dos pintinhos.
A umidade relativa deve permanecer em torno de 50-70%, condição apropriada para manter uma boa qualidade de cama sem que se torne muito seca ou empoeirada. Durante os 10 primeiros dias de cria, a umidade relativa deve permanecer em torno de 65-70%, o que ajudará a prevenir a desidratação das mucosas dos pintos, bm como reduzir os riscos de doenças cardíaca e pulmonar no futuro.
Durante a recria, temperaturas
Iluminação: o sistema de iluminação na criação de frangos, é o sistema de iluminação contínua, que tem por finalidade maximizar o ganho de peso diário.
Este programa consiste basicamente de um longo e contínuo período de luz, seguido de um curto período sem luz (p. ex. 1/2 - 1 hora) para acostumar as aves ao escuro numa eventual falta de energia. A tabela 3 mostra um exemplo típico de programa.
Idade (dias)Fotoperíodo (horas)
0 – 724
7 – 2123 luz, 1 escuro
21 – ao abate23 luz, 1 escuro
Tabela 3: Intensidade e duração do período de luz.
Uma alta intensidade luminosa (>20 lux) é necessária no período inicial de cria para assegurar que os pintinhos encontrem a ração e os bebedouros.
A fonte de luz pode ser de lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, sendo que pesquisas indicam que não há diferença significativa entre as duas fontes de luz. Lâmpadas fluorescentes são mais econômicas após os custos de instalação terem sido cobertos.

Galinhas poedeiras


Galinhas poedeiras

Escolha do local de instalação da propriedade
A escolha do local de instalação da propriedade é de grande importância, devendo estar próximo de:
  • Local de venda da produção;
  • Fornecedores de pintos e de rações;
  • Locais de bom abastecimento de energia elétrica e de água;
  • Temperaturas, ventos e teores de umidades locais moderadas;
Importante que a granja esteja localizada em local de fácil acesso.
Condições de instalações
Independente da idade das aves os galpões da granja devem dar um meio ambiente confortável com estresse mínimo para que a produção de ovos seja boa. Deve possuir mecanismos de proteção contra o tempo, o calor e o frio estremo.
A ventilação adequada do galpão é importante para eliminar o dióxido de carbono, bem como os níveis elevados de amônia, metano e outros gases no ar que podem irritar o sistema respiratório, os olhos ou a pele, resultando em desconforto para as aves, prejudicando o crescimento, a produção de ovos e a resistência a doenças. Por isso o galpão deve ter ventilação natural ou com ventiladores elétricos.
Escolha do tipo de galinha para postura
Para alta postura existem as linhagens: Legornes e as New Hampishire. As Legornes produzem ovos brancos, são aves pequenas e se caracterizam por ter penas e brincos brancos. As New Hampishire produzem ovos avermelhados, são aves de tamanho médio e se caracterizam por ter penas e brincos avermelhados.
Escolhido o tipo de ave, deve - se observar algumas caracteristicas como: resistência as doenças, baixa mortalidade, baixa relação entre consumo de ração e postura de ovos, e ainda uma capacidade para postura de 240 ovos/ano.
Os ovos produzidos pelas aves devem ser grandes, com casca resistente e uniforme, com alta capacidade interna e capacidade para pigmentação da gema.temos que o ovo vermelho é mais valorizado no mercado. Os ovos para que possam ser comercializados devem possuir tamanho uniforme, cor característica e devem estar limpos.
Manejo
Divide - se em três fases: cria, recria e fase de produção.
Fase de cria: 1 dia até 7 semanas de idade
É de grande importância que o produtor compre os pintainhos de granjas conhecidas e respeitadas no mercado, capaz de fornecer aves de boa qualidade.
Recepção das Pintinhas
Inicialmente deve - se preparar o galpão para a recepção das pintinhas. Para tanto deve - se:
* Montar círculos, campânulas ou aquecedores, testando seu funcionamento;
* Distribuir comedouros e bebedouros, forrar o piso dos círculos com papel;
* Momentos antes da chegada das pintinhas, deve - se completar os bebedouros com água e os comedouros com ração ou espalhá - la sobre a forração de papel dependendo da hora e das condições de temperatura ligar as campânulas ou aquecedores. A primeira água de bebida deve ser preparada com uma solução de 5 quilos de açúcar para cada 200 litros de água;
* Nos criatórios de bateria ou gaiolas ajustar as grades dos comedouros;
Com a chegada das caixas com pintinhas deve - se descarrregá - las no interior do galpão, distribuindo - as em torno dos círculos de proteção, ou das baterias ou gaiolas. Deve - se ainda verificar o peso de algumas aves e realizar a contagem.
Verificar ainda, o funcionamento dos equipamentos e a temperatura do ambiente em torno das campânulas ou aquecedores. Lembrar que a temperatura do ambiente é muito importante para o bom desenvolvimento das aves. A tabela abaixo apresenta os parâmetros que podem ser seguidos:
Idade (dias)Temperatura (ºC)
1º e 2º34º C
3º a 6º32º C
À partir do 7º dia28º  – 30º C
A distribuição dos pintinhos dentro do círculo de confinamento indica o grau de conforto:
O círculo de confinamento utilizado para evitar que as aves se afastem muito da campânula ou aquecedor. O círculo pode ser feito de papelão corrugado, metal, duratex ou tela de arame resistente. Os materiais sólidos são utilizados quando há necessidade de se evitar correntes de ar. As telas de arame resistentes evitam o sufocamento quando as aves se amontoam sobre elas e permite a entrada de ar adequada. O círculo de confinamento deve ter aproximadamente de 50 a 60 cm de altura e, estar a uma distância de 0,6 a 1 m da extremidade da campânula. O círculo geralmente pode ser removido após 1 semana.
Manejo que deve ser feito na fase de cria e de recria
* Regular a altura das cortinas ao longo do dia e da noite para manter o ambiente do criatório em condições ideais de conforto térmico, ventilação e umidade relativa. A altura das cortinas é regulada de acordo com as condições internas do galpão para que as aves tenham conforto. Após quinze a vinte dias deve - se manter as cortinas abaixadas, a não ser em momento de frio e ou chuvas de vento;
* Manter os bebedouros iniciais, ou pendulares sempre limpos e com água fresca no mínimo duas vezes ao dia. Conferir os bebedouros de válvula regularmente, para evitar sujeiras, entupimentos e ou vazamentos.
* Colocar fina camada de ração para evitar desperdício pelo fato de os pintainhos ciscarem e comerem sobre a ração. Deve - se repor a ração nos comedouros no mínimo 4 vezes ao dia. Nos comedouro tubulares rodar os pratos para a renovação de ração no mínimo 4 vezes ao dia. A altura do prato em relação ao tubo deve ser regulada para evitar grandes quantidades de ração no prato evitando desperdício;
* Deve - se regular a altura dos bebedouros e comedouros a cada semana, facilitando o acesso das aves:
Bebedouro - estar na altura do dorso, ou acima da cabeça em caso de válvula;
Comedouros - estar na altura do papo;
Disposição típica dos equipamentos dentro do círculo:
* O espaço disponível para as aves quando criadas em piso deve ser gradualmente aumentado com o seu desenvolvimento. Inicialmente os círculos de proteção devem ser individualmente aumentados à partir do segundo dia. Com cinco a seis dias juntar dois círculos, com doze a quinze dias toda a metade do galpão deve estar ocupada, à partir daí até no máximo 20 dias o galpão deve estar totalmente ocupado, os comedouros e bebedouros são substituídos e aumentados em número à medida em há alterações de espaço;
* Em criações em baterias ou gaiolas, os espaços são ocupados dobrados até a debicagem quando se faz a distribuição e primeira seleção em número de aves por gaiola. Deve - se manter sempre o mesmo numero de aves por gaiola ou bateria para assegurar a uniformidade;
* Na fase de recria deve - se selecionar as aves mais fracas agrupando - as separadamente para melhora a uniformidade do lote;
* As telas laterais, e as passarelas internas e externas devem ser regularmente varridas, mantendo - as sempre limpas;
* Deve - se manter os arredores do galpão sempre limpos;
* Deve - se retirar diariamente do galpão as aves mortas, lançando - as em fossa ou incinerando. Nunca deixar aves mortas sobre o solo nem as lançar em cursos d`água;
* Para controle da granja deve - se fazer diariamente registro em fichas próprias, anotando - se peso da ração consumida, número de aves mortas e ou descartadas. Ainda se possível anotar a quantidade de luz natural do dia, bem como as temperaturas máxima e mínima, além de vacinações e tratamento;
Debicagem
A debicagem deve ser feita para manter a uniformidade do lote, além de prevenir o canibalismo e evitar o desperdício de ração.
A primeira debicagem deve ser realizada entre 7 e 10 dias de idade, aproveitando o fato de que as pintinhas estão no círculo de proteção o que facilita a apanha. Uma segunda debicagem deve ser feita entre 10 e 12 semanas, em condições normais de criação.
Temos que na primeira debicagem retira - se 1/3 do bico, enquanto no segundo corte deve ser realizado de forma que o bico superior fique com um comprimento entre 5 e 6 mm à partir de narinas. Para a debicagem o produtor deve estar atento para:
* Debicar somente aves sadias e nas idades recomendadas;
* A debicagem é um fator que altera a anatomia do bico, por isso tem de ser feita com critério, e por pessoal especializado e competente;
* O debicador e as lâminas de corte devem ser revisados antes do início da operação para garantir sua eficiência;
* Este processo de debicagem deve ser preciso e organizado, para não causar estresse nas aves;
* Deve - se evitar cortes desuniformes no bico;
* A lâmina de corte deve estar rósea (520º C) na debicagem das pintinhas e rubra (620º C) na segunda debicagem, de forma a garantir uma eficaz cauterização do bico, evitando - se hemorragias e possíveis formação de calos.
* A quantidade de ração dos comedouros deve ser aumentado pelo menos dois dias após a debicagem;
Fatores importantes para um desenvolvimento perfeito das aves poedeiras
1. Desenvolvimento corporal
O desenvolvimento corporal é um fator importante de controle do manejo, é medido pelo peso médio do lote, pois no permite verificar se ave esta se desenvolvendo de acordo com a linhagem de origem. A análise de peso nos permite ainda, realizar a uniformidade do lote, que serve para avaliar o desenvolvimento geral diante das práticas de manejo na granja.
Lotes que possuam desenvolvimento de peso dentro dos limites padrões de peso corporal da linhagem escolhida para trabalhar, e uma uniformidade em torno de 80 % são garantias de maturidade sexual a uma idade fisiológicamente adequada e um desempenho de produção economicamente esperado;
Assim, temos que as pesagens devem ser feitas da seguinte maneira:
* Pesagens feitas semanalmente durante toda a fase de recria quer vai desde 7 semanas até 18 semanas. Deve - se definir um dia para esta atividade, e realizar sempre no mesmo horário, isto para causar o mínimo estresse;
* Pesar uma amostra entre 1 a 3 % do lote;
* Pesar aves de diferentes locais ao longo de todo o galpão. Tomando as amostras de aves a serem pesadas ao acaso;
* Devem ser pesadas individualmente e os pesos anotados em uma ficha apropriada para a análise de uniformidade. Utiliza - se balanças do tipo dinamômetro ou relógio, suspensas na estrutura do galpão. Para facilitar a pesagem, manter a balança calibrada e na altura dos olhos;
* Pega - se as aves pelas duas pernas, impedindo que se debatam evitando contusões;
* Para calcular - se a uniformidade, toma - se o peso médio e a ele adiciona - se 10 %, tendo - se assim os limites inferior e superior da amostra. Assim, deve - se verificar o número de aves que estão dentro dos limites.
Exemplo:
Número de aves pesadas: 150
Peso médio das aves: 1600g
Limite do intervalo de avaliação: - 10% = 1440g
                                              + 10% = 1760g
Número de aves dentro do limite de 1440g a 1760g = 122g
Uniformidade = (122/150) x 100 = 81,33%
2. Água
Constitui cerca de 75% do peso corporal de uma ave adulta e cerca de 65% do peso de um ovo. É consumida duas vezes mais do que a ração pelas aves, porém este consumo pode aumentar com a elevação da temperatura.
A água é um alimento mineral e como tal apresenta dissolvidos diferentes sais minerais. É potável quando não tem contaminação bacteriana, nitritos e nitratos, bem como substâncias orgânicas.
Os cuidados com água de bebida envolvem desde sua captação, armazenamento, distribuição e ainda análises periódicas em laboratório, que poderão determinar a necessidade de tratamento. Assim, deve - se procurar orientação nos departamentos de água e esgoto da localidade da granja, para maiores informações da qualidade de água.
Em regiões quentes a temperatura de água de bebida deve estar abaixo da temperatura ambiente.
3. Alimento
A alimentação das aves nas diferentes fases de vida é de grande importância no manejo da granja e para o desenvolvimento econômico do lote de poedeiras.
A ração deve ser balanceada e conter os nutrientes necessários para o perfeito desenvolvimento das aves. Grande parte destes nutrientes como as vitaminas pode perder seu valor nutricional quando exposto à umidade, luz solar ou calor. Por isso é recomendável não armazenar a ração por períodos longos, devendo sempre guardá - las em condições ideais de temperatura, umidade e ao abrigo de raios solares diretos.
A produção de ração na própria granja é uma atividade que exige muitos cuidados especiais, além de equipamento e máquinas necessárias, devendo ser sempre gerencial por um profissional competente.
O peso do lote, segundo a idade, poderá determinar alteração na quantidade de ração a ser consumida diariamente.
Fase de produção: 18 semanas de idade até o abate
Cuidados iniciais:
* Deve - se transferir as frangas de 15 e 16 semanas para o galpão de postura;
* Durante a transferência realizar a seleção e padronização das aves, agrupando - se frangas pela conformação (peso corporal) e maturidade sexual (desenvolvimento da crista)
* Pelo fato de a transferência das aves ser um fator estressante deve - se:
o Colocar ração à vontade nos comedouros;
o Orientar as aves como beber água, especialmente se o sistema de bebedouros for diferente daqueles usados durante a recria;
o Evitar práticas de manejo que causem estresse as aves, na semana que se segue a transferência;
Fase final da produção
Com a saída das aves, deve - se preparar o galpão para a recepção de novas aves, para tanto deve - se:
* Retirar restos de ração nos comedouros e água dos bebedouros;
* Retirar equipamentos removíveis, promovendo completa lavagem e desinfecção destes;
* Juntar a cama ou esterco, ensacar e retirar da área da granja;
* Varrer pisos, gaiolas, telas e estrutura do telhado, passar vassoura de fogo, e posteriormente lavar com jato de água, inclusive as cortinas;
* Repor os equipamentos após a secagem do galpão, levantar as cortinas e proceder a sua total desinfecção;
* Lavar os reservatórios de água., passar uma solução com desinfetante pela tubulação, seguida de água limpa;
* Promover uma limpeza dos arredores do galpão eliminando - se penas, entulhos e matos;
* Programar um vazio sanitário por um período mínimo de 15 dias;
* Para a criação em gaiolas, lavar todo o equipamento e fazer os reparos necessários;
Manejo durante a fase de postura
1. Coleta de ovos
A coleta de ovos se realiza no mínimo 5 vezes durante o dia, sendo que as três primeiras devem ser realizadas no período da manhã com intervalos médios de 1 hora do fim de cada coleta. A maior parte da postura se dá no período da manhã até o meio dia. No período da tarde realizar as coletas com intervalos médios de 2 horas.
De preferência deve - se realizar a coleta com carrinhos para o transporte dos ovos ao longo do galpão. Lembrar que os ovos devem ser coletados diretamente sobre as bandejas plásticas ou de papelão de trinta ovos, tomando - se o cuidado de não empilhar mais de seis bandejas.
2. Ovos trincados e quebrados
Normalmente ocorrem em toda a operação de produção, mas devem, ser mantidos a níveis baixos de incidência. A trinca e quebra de ovos, podem ser influenciadas pelas práticas de manejo, por isso deve - se observar os seguintes itens:
o Freqüência das coletas de ovos;
o Maneira de coletar
o Estado de conservação e nivelamento das gaiolas;
o Ração corretamente balanceada;
o Estado sanitário das aves;
o Condições de transporte de ovos;
o Classificação dos ovos;
o Idade das aves;
É importante a granja estabelecer um padrão de quebras e trincas de ovos, assim variações acima destes valores requerem uma análise de todo o processo e identificação das possíveis falhas.
3. Nutrição
A ave poedeira em especial, ingere diariamente uma quantidade de ração para suprir sua exigência diária de energia, por isso deve - se oferecer diariamente uma quantidade conhecida de ração em função do seu conteúdo energético.
Normalmente as rações de postura são formuladas para um conteúdo energético entre 2750 a 2850 Kcal de energia metabolizável por quilo de ração.
Programa de luz
A quantidade der luz diária recebida pela ave tem diferentes ações de acordo com a idade. Temos então que durante a fase de recria a duração de luz (total de luz natural mais artificial) influência a idade e a maturidade sexual.
Notamos que a luz é um fator importante para a produção de ovos, visto que em termos fisiológicos os estímulos de luz são os principais responsáveis pela produção de hormônios envolvidos no processo reprodutivo.
Para aves criadas em galpões de ambiente controlado, verificou - se que 8 horas diária de luz são suficientes para um desenvolvimento sexual máximo, quando comparadas as aves criadas em galpões de ambiente natural que ficam expostas às oscilações do período do dia - luz, nas diferentes estações do ano.
Programa de luz na recria
Deverá ser conduzida somente com iluminação natural. Nas regiões Sul do país pode - se adotar um programa de luza para aves nascidas entre março e agosto, que envolva a adição diária de luz artificial, à partir de 12 semanas de idade, mantendo assim o mesmo comprimento do dia até 18 semanas de idade, tomando - se como base o maior dia - luz do período.
Programa de luz na pré - produção e produção de ovos
Durante a fase de produção deve - se atingir um período dia - luz entre 14 a 16 horas de luz, dependendo da época do ano, que serão a soma de luz natural e artificial. A quantidade de luz artificial poderá se r dada de acordo com as condições locais, por exemplo, logo ao anoitecer, antes do amanhecer, ou dividido em duas partes, ao anoitecer e amanhecer. O aumento de luz artificial deve ser feito semanalmente (15 a 30 minutos) até atingir o máximo de luz que deverá coincidir com o pico de postura. Para estabelecer o programa de luz deve - se:
  • Observar atentamente as metas de peso corporal da franga para iniciar o programa de luz;
  • Nunca deixar faltar luz artificial durante o período de postura;
  • Manter as lâmpadas e pratos refletores sempre limpos;
  • Substituir imediatamente lâmpadas queimadas;
  • A partir do pico de postura, manter constante a iluminação diária, até o final da produção;
Notar que as lâmpadas fluorescentes tem um menor custo operacional, além de propiciar uma iluminação mais uniforme

Jejum Pré-abate em Frangos de Corte.


Publicado o: 08/08/2012
Qualificação: 
Autor : Diego Divino dos Santos


RESUMO
As condições ideais dos frangos de corte no momento do abate devem ser conhecidas a fim de possibilitar a produção de carne de excelente qualidade, uma vez que diversos fatores pré e pós-abate estão envolvidos na qualidade final. Em condições normais de abate e processamento, a retirada de ração é feita de 6 a 8 horas antes da apanha das aves, resultando em um período total de jejum de 8 a 12 horas antes do abate, para esvaziar o intestino e com isso minimizar a contaminação no abatedouro. A escalda, depena e evisceração são pontos importantes de contaminação cruzada no abatedouro devido à grande quantidade de microorganismos aderidos às penas, pele e patas das aves e ao rompimento das vísceras durante a evisceração.
Entretanto, a desidratação da carcaça começa imediatamente após o início do jejum. Períodos prolongados de jejum podem afetar o pH das diversas partes do intestino, aumentando a presença de Salmonella e outros microorganismos patogênicos. Além disso, determinam uma maior contaminação pela bile, e são, subjetivamente, associados à fragilidade dos intestinos durante a evisceração mecânica. Portanto, os esquemas de processamento devem ser estabelecidos levando-se em conta a integridade e o esvaziamento do intestino e da vesícula biliar, bem como a desidratação e os seus efeitos sobre o bem estar das aves, contaminação da carcaça e qualidade da carne. Como alguns efeitos do jejum ainda não são bem conhecidos, sugerem-se pesquisas nas seguintes áreas: definir o tempo ótimo de jejum para atender o bem estar das aves, minimizar a contaminação e otimizar os parâmetros de qualidade de carcaça; estudar os efeitos de períodos prolongados de jejum sobre o pH e a colonização do papo, pró-ventrículo, moela, intestino delgado, intestino grosso e cecos por enterobactérias, como Salmonella, por exemplo; efeito do jejum sobre o tamanho e cor do fígado. O resultado esperado é um aumento na qualidade final dos produtos aliado a uma redução nas perdas e no custo de produção.
Unitermoscontaminação, frangos de corte, jejum, qualidade da carcaça.
INTRODUÇÃO
A utilização de jejum pré-abate é uma prática rotineira na indústria avícola e tem por objetivo diminuir a contaminação no abatedouro e melhorar a eficiência da produção ao evitar que um alimento que não será transformado em carne seja fornecido à ave poucas horas antes da mesma ser abatida. O assunto vem sendo estudado de longa data (Post, 1985). No início da avicultura industrial, havia a preocupação em definir um período de tempo que fosse suficiente para atingir esses propósitos, mas sem afetar o peso das aves e o rendimento de carcaça. Na ocasião, vários pesquisadores definiram o período de 8 a 12 horas sem alimento como o tempo ótimo para reduzir a incidência de contaminação e não afetar o rendimento de carcaça (Smidt et al., 1964; Wabeck, 1972; Veerkamp, 1986; Lyonet al., 1991; Bartov, 1992; Veerkamp, 1992). Entretanto, como o esquema de abate varia muito de empresa para empresa, muitos abatedouros utilizam um período total de jejum de mais de 12 horas, dependendo do tempo de espera na plataforma antes do abate (Northcutt et al., 1997).
Mais recentemente, com o incremento na comercialização de cortes desossados e de produtos pós-processados, outros fatores passaram a preocupar os pesquisadores, tais como: o efeito do jejum sobre a qualidade da carne em termos de pH, maciez, perda de peso por cozimento e composição química (Ali et al., 1999; Beraquet et al., 1999; Berri, 2000). Além disso, existe atualmente uma preocupação muito grande na comunidade científica com relação ao bem estar dos animais. Com isso, o estresse pré-abate passou a ser mais bem estudado e a indústria terá que adaptar os seus sistemas de produção a fim de não ser avaliada negativamente pelos consumidores.
Com o aumento na produção e consumo de carne de aves e com a diversificação de produtos comercializados, a indústria teve que lançar mão de programas para otimizar o carregamento e o transporte para aumentar a eficiência do processamento. Com isso, o sistema de abate conhecido como "just in time", ou seja, sem tempo de espera no abatedouro, passou a ser utilizado por algumas empresas brasileiras. Isso faz com que o tempo de jejum se torne um ponto crítico nas operações de abate e tenha que ser rediscutido à luz dessa nova realidade.
Assim, este assunto que muitos já consideravam adequadamente estudado, na realidade ainda possui muitos pontos obscuros, necessitando de novos estudos para elucidar todas as questões, muitas das quais bastante complexas, uma vez que o consumidor está cada vez mais exigente com relação à qualidade dos alimentos consumidos. Portanto, o objetivo do presente artigo é fazer uma revisão da literatura publicada a fim orientar a pesquisa futura sobre o jejum e seus efeitos sobre as aves antes e após o abate e o processamento.

PADRÕES DE INGESTÃO DE RAÇÃO E ÁGUA ESVAZIARAMENTO DO INTESTINO
A fim de facilitar a compreensão dos mecanismos que interagem durante o processo de jejum pré-abate, é importante saber como ocorre na prática a ingestão de ração e água.
As aves comem, em média, a cada quatro horas. Isso significa que, caso não sejam estimuladas, a cada quatro horas voltarão ao comedouro. Quando a ração é retirada, podem ingerir cama a fim de compensar a falta de alimento. Sem interrupção, as aves bebem água após haverem ingerido ração, para solubilizar o alimento presente no papo. Somente aves submetidas a calor excessivo bebem água sem haver ingerido ração. Através da palpação do papo pode-se determinar se houve alguma interrupção no fornecimento de ração.
Imediatamente após haver ingerido alimento, a ave terá o papo duro e meia hora após, quando já tiver bebido água, o papo estará macio. Cerca de duas horas e meia após, todo o alimento terá passado para o pró-ventrículo e três a quatro horas depois de comer o papo estará praticamente vazio à palpação ou somente com um pouco de água.
Quanto à passagem do alimento pelo intestino, ela é relativamente rápida em frangos e perus (Hillerman et al., 1953), sendo que fluidos têm uma passagem mais rápida que sólidos (Sibbald, 1979). O tempo mínimo de passagem de alimento pelo intestino é de duas horas a duas horas e meia (Dansky & Hill, 1952). Imabayashi et al. (1956) observaram que metade do alimento é excretado dentro de quatro a cinco horas, enquanto que Duke et al. (1968) observaram que 75% é excretado em até 12 horas. Entretanto, a parte do alimento presente nos cecos, cerca de 10 a 12%, requer até 72 horas para ser excretado.
A velocidade de passagem do alimento é influenciada pelo tempo de jejum, temperatura ambiente, nível de atividade e padrão de consumo antes da retirada da ração. O jejum faz com que a passagem do alimento diminua em 200 a 300% (Duke et al., 1969) sendo que o efeito é maior à medida que o jejum é mais prolongado. Tem sido observado também que ambiente quente (23 oC comparados com 13 oC) diminui a velocidade de passagem (May et al., 1988). A diminuição na atividade das aves, ao se apagarem as luzes, por exemplo, também retarda o esvaziamento dos intestinos (Summers & Leeson, 1979). Os autores observaram ainda que aves colocadas em engradados de transporte retêm mais a ingesta do que aquelas mantidas soltas no piso e com acesso a água. Por isso, recomendaram que o tempo de transporte não seja considerado na definição do tempo de jejum.
May & Deaton (1989) estudaram o efeito da alimentação contínua e restrita (1,5 horas com ração e 4,5 horas sem ração, durante 42 horas antes de iniciar o jejum) bem como da retirada de água e da manutenção de frangos de corte em engradados de transporte. Observaram que a privação de água não afetou o tamanho dos diversos segmentos do intestino. A combinação de alimentação programada (restrita) e colocação nos engradados imediatamente após o inicio do jejum aumentou muito a presença de ingesta nas aves, 8 horas após o início do jejum. A manutenção em engradados resultou em maior quantidade de ingesta no papo, pró-ventrículo e moela, mas não no intestino delgado. Para os autores, isso indica que o movimento do alimento diminui na junção da moela com o intestino delgado devido à inatividade ou ao estresse causado pela manutenção nos engradados. Em outro experimento, May et al. (1990) estudaram o efeito da retirada da manutenção das aves em engradados sob iluminação e no escuro. Observaram que a quantidade de fezes duas horas após o início do jejum diminuiu nas aves mantidas em gaiolas, mas com iluminação. Concluíram que o esvaziamento do intestino é acelerado quando as aves são mantidas com iluminação, tanto antes como após serem colocadas nos engradados.

CONTEÚDO INTESTINAL E CONTAMINAÇÃO NO ABATEDOURO
Aves com intestino vazio têm potencialmente menos probabilidade de contaminação das carcaças durante o processamento. Considera-se como material contaminante no abatedouro o alimento, fezes, bile, parede intestinal degradada, material de cama e as sujidades aderidas às patas, pele e penas das aves. O frango de corte possui uma flora intestinal bastante diversificada. Com a excreção das fezes, esses microorganismos irão para a cama, onde poderão continuar a se multiplicar, dependendo das condições de umidade e temperatura. A partir daí, podem voltar a ser ingeridos pelas aves, ou no mínimo, podem ficar aderidos às penas, pele e patas. Logo, pode-se afirmar que ao se falar em contaminação em nível de abatedouro, estamos falando da presença de conteúdo intestinal, tanto dentro como fora da carcaça eviscerada.
A contaminação ocorre quando o trato digestivo se rompe ou é cortado, ou quando as fezes são expulsas. Entretanto, deve-se ter em mente que não só o "chiller", mas também as caixas de transporte, a depenadeira e a escaldadeira são fontes importantes de contaminação cruzada no abatedouro, pois as sujidades presentes na superfície externa das aves abrigam um número muito grande de microrganismos, com valores de 220 milhões a um bilhão por grama (Delazari, 2001). Embora a maioria seja organismos que não apresentam importância do ponto de vista de saúde pública, alguns deles são potencialmente patogênicos (Mead, 1989; Hafez, 1999). Na pele, patas e penas, o patógeno contaminante mais importante é o Staphylococcus aureus, enquanto que no trato intestinal, a preocupação maior deve ser com Salmonella e Campylobacter (Delazari, 2001).
Segundo Leitão (2001), os microorganismos mais comuns em carcaças cruas de frangos de corte são: Salmonella sp., Campylobacter jejuni, Staphylococcus aureus, Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica, Aeromonas hydrophila e Clostridium perfringens. Além de causarem a deterioração da carcaça, alterando a vida de prateleira da mesma, esses agentes são um risco para a saúde pública, ao causar toxi-infecções alimentares.
Ao submeter as aves a um jejum antes do abate, haverá um esvaziamento do aparelho digestivo. Para que isso ocorra, entretanto, não se deve retirar a ração e água simultaneamente. Ao retirar a água, paralisa-se a passagem do alimento do papo, pró-ventrículo e moela para o intestino. Se o tempo de jejum for excessivo, as aves tomarão muita água e ingerirão material de cama. Isto resultará em fezes líquidas, podendo levar à conclusão errônea de que o jejum foi muito curto. Como regra geral, se a moela apresenta material de cama e pouco ou nada de alimento, significa que o jejum foi excessivo. A presença de uma certa quantidade de alimento na moela impede que ocorra a penetração de bile quando ocorre peristaltismo reverso. Para que a contaminação seja mínima, é necessário que o intestino esteja vazio, bastando apenas que o papo esteja vazio por ocasião da apanha das aves.
Depois de 12 horas de jejum, as paredes do intestino começam a se debilitar. Com 18 horas de jejum, o intestino estará muito débil e se corta, ou se rompe, com muita facilidade (Northcutt et al., 1997). Depois de 14 de jejum, a vesícula biliar ainda contém 30% de bile, está aumentada de tamanho e pode se romper, liberando bile e contaminando a carcaça (Bilguili & Hess, 1997). Por isso, quando se discute qual a duração ideal do período de jejum, além da literatura ser bastante controversa, deve-se ter sempre a preocupação de verificar se o jejum aplicado foi somente de alimento ou se foi também de água. Wabeck (1972) observou que períodos de jejum variando de 12 a 24 horas resultavam em uma maior quantidade e maior umidade das fezes. Com base nessas observações, o autor sugeriu que as aves deveriam sofrer jejum de água e alimento por um período de 8 a 10 horas antes do abate a fim de reduzir a contaminação fecal. Esses resultados diferem daqueles encontrados por Kamus & Farr (1981), que observaram o contrário, ou seja, uma diminuição no volume e umidade das fezes quando o período sem ração passava de 10 para 20 horas. Trabalhos mais recentes realizados por Papa & Dickens (1989) e Papa (1991) demonstraram que jejuns prolongados não afetam a umidade das fezes, mas que ocasionam um aumento na quantidade de fezes. Para Northcutt et al.(1997), essas discrepâncias podem estar relacionadas com a apanha e o transporte, bem como com o tipo de ração consumida antes do jejum, o que pode diminuir a velocidade de passagem do alimento pelo trato digestivo. Além disso, parece que esse aumento na umidade das fezes ocasionado por jejuns prolongados está relacionado também com a desidratação acelerada dos tecidos (Ang & Hamm, 1985).
Duke et al. (1997) observaram que 4 horas de jejum de alimento e água foram tão eficientes quanto 8 e 12 horas para diminuir a quantidade de água e matéria seca do conteúdo intestinal de perus abatidos com peso de 6 kg (fêmeas) e 10 kg (machos) e idade variando de 16 a 18 semanas. A desidratação da carcaça das aves também foi menor quando o jejum foi de apenas 4 horas. Segundo os autores, aproximadamente 50 a 75% da perda de peso vivo durante as primeiras 4 horas do jejum foi devido à perda de água e matéria seca do conteúdo intestinal. A perda de peso vivo após as primeiras 4 horas aparentemente foi ainda parcialmente devido à perda de fluído e conteúdo intestinal seco.
Northcutt et al. (1997) compararam tempos de retirada de alimento de 3, 9, 12, 14, 16 e 18 horas antes do abate. Observaram que a integridade da parede intestinal diminuía após 12 a 14 horas de jejum e a vesícula biliar ainda tinha cerca de 30% de seu conteúdo. Apesar disso, os intestinos dessas aves poderiam ser considerados ótimos para o processamento devido ao fato de estarem vazios. Ressaltaram ainda que os períodos de 14, 16 e 18 horas, além de degradarem a parede intestinal, promoviam uma maior fermentação bacteriana, indicada pela presença de gás no interior do intestino.
Segundo Bilgili (1988), há uma relação significativa entre a força de rompimento do trato gastrintestinal e a duração do jejum, sendo que a força de rompimento é maior para as aves que sofreram jejum de 6 e 12 horas e menor para aquelas que sofreram 18 e 24 horas de jejum antes do abate. Denadai et al. (2001), comparando períodos de 0, 4 e 8 horas de retirada de ração e água, observaram que a quantidade de fezes no trato gastrintestinal diminuiu com o aumento do tempo de jejum, sendo menor no tratamento de 8 horas de jejum. Porém, essa diferença só foi significativa quando comparada ao tratamento de zero horas de jejum, não diferindo significativamente do tratamento de 4 horas. Houve diferença significativa para o conteúdo do papo, com um menor conteúdo nas aves submetidas a jejum de 8 horas.
A retirada do alimento provoca uma alteração no pH do intestino das aves e isso pode eventualmente favorecer a instalação e ou multiplicação de determinados microorganismos patogênicos em alguns segmentos do aparelho digestivo. Hinton et al. (1998), ao submeterem frangos de corte a períodos de jejum de alimento de 0, 6, 12, 18 e 24 horas, não encontraram efeito significativo sobre o peso dos cecos, sendo que o pH do conteúdo cecal variou de 6,1 a 6,8. Observaram que, com o aumento na duração do período de jejum, havia um aumento no número de bactérias aeróbicas totais, enterobacteraceas e uma redução no número de bactérias que crescem em meio ácido. Embora não tenha havido diferença na quantidade de enterobacteraceas presentes no ceco das aves submetidas a jejum de 12 horas ou menos, houve uma população menor de bactérias que se desenvolvem em meio de ácido láctico que enterobactraceas, nas aves submetidas a jejum de 18 horas ou mais. Concluíram que esse fato pode desempenhar um papel importante na colonização dos cecos por patógenos responsáveis por toxi-infecções.
Ramirez et al. (1997) desafiaram frangos de corte com Salmonella enteritidis e os submeteram a jejum de 18 horas antes do abate, sendo que um grupo recebeu ração e água normalmente até o momento do abate. A presença ou ausência de Salmonellaenteritidis foi investigada no papo e nos cecos, tendo sido encontrada uma incidência maior nas aves submetidas a jejum. Em um segundo experimento, cecos e papos foram examinados para deteccção de Salmonella antes e após jejum de 8 horas. Observaram que a presença de Salmonella foi maior no papo das aves submetidas a jejum (36/100 versus19/100). Nos cecos, entretanto, essa diferença não foi significativa (25/100 versus31/100). Os autores concluíram que o jejum aumenta a presença de Salmonella no papo das aves e que as mesmas são um ponto crítico de controle para reduzir a contaminação das carcaças no abatedouro.

PERDA DE PESO E RENDIMENTO DE CARCAÇA
À medida que aumenta a duração do período de jejum, aumenta a perda de peso das aves (Wabeck, 1972; Chen et al., 1983; Rasmussen & Mast 1989, Lyon et al. 1991; Mendes, 2001). Segundo Denadai et al. (2001), isso é decorrência de um menor conteúdo intestinal no momento do abate. Para Duke et al. (1997), além da diminuição no conteúdo intestinal, a perda de peso é devida também à desidratação ocorrida nos músculos, embora não tenham encontrado diferenças significativas no volume corpuscular médio no sangue de perus submetidos a diferentes períodos de jejum de ração e água. A intensidade da perda de peso está relacionada com outros fatores, tais como: tamanho das aves, condições de transporte e temperatura no ambiente de espera para o abate (Chen et al., 1983). Estudando o efeito do jejum antes do abate no rendimento de carcaça de frangos de corte, Smidt et al. (1964) observaram que não há uma perda significativa no rendimento de carcaça de frangos de corte quando o jejum é de 16 horas ou menos, sendo que isso só ocorre quando o período de jejum é de 24 horas ou mais. Lyon et al. (1991) avaliaram o efeito de períodos de jejum de 0, 8, 16 e 24 horas sobre a perda de peso, rendimento e qualidade da carcaça de frangos de corte. Observaram que a perda de peso aumentou linearmente com a duração do jejum, sendo que os valores foram de 0, 2,94, 4,32 e 5,61 %, respectivamente. Observaram ainda que a duração do jejum afetou linearmente o rendimento de carcaça, antes e após o resfriamento. O menor rendimento antes do resfriamento foi obtido com o tratamento sem jejum. Isso era o esperado, já que o alimento consumido pouco antes do abate foi totalmente eliminado com as vísceras. Mencionam ainda que isso já havia sido observado anteriormente por Ramussen & Mast (1989) ao retirar a ração ou ração e água 6 a 18 horas antes do abate. Sarica et al. (1995) submeteram frangos de corte com 50 dias de idade a períodos de jejum de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 horas. Encontraram perdas de peso de 0, 0,88, 1,86, 2,14, 2,82, 3,56 e 3,49%, respectivamente, enquanto que as percentagens de carcaça foram de 72,08, 74,96, 74,92, 75,35, 74,33, 75,30 e 75,61%.
Northcutt & Burr (1998) compararam a perda de peso e o rendimento de carcaça de frangos abatidos com 45 e 47 dias de idade e submetidos a jejum de 0, 6, 12 e 18 horas. Observaram que o peso de abate diminuía à medida que a duração do jejum aumentava, e após 6 horas de jejum a perda de peso por hora era de 0,25 a 0,30% (45 dias) e 0,30 a 0,35% (47 dias). A duração do jejum não afetou o rendimento de carcaça e das partes (peito, asas, dorso, pernas). Buhr & Northcutt (1998), estudando a influência de períodos de jejum de 0, 6, 12, 18 e 24 horas no peso de abate e rendimento de frangos de corte, observaram que a duração do período de jejum não afetou significativamente o rendimento de carcaça após o resfriamento, mas houve um decréscimo linear significativo no peso de abate nos períodos de jejuns mais longos.
Denadai et al. (2001), comparando períodos de retirada de ração e água de 0, 4 e 8 horas, observaram que o tempo de jejum afetou o rendimento de carcaça e os rendimentos das aves submetidas a 4 ou 8 horas de jejum foram semelhantes entre si e superiores ao rendimento dos animais do grupo sem jejum. Os autores explicaram que isso está relacionado com a diminuição do conteúdo intestinal ocorrida com o aumento do tempo de jejum. Não encontraram efeito da duração do jejum sobre as percentagens de coxa, peito, asas e dorso, mas a percentagem de coxa desossada foi maior para as aves que não foram submetidas a jejum.

EFEITO DO JEJUM SOBRE A QUALIDADE DA CARNE
Imediatamente após o início da retirada de alimento e água, inicia-se o processo de desidratação da carcaça, sendo que esse aumento é linear à medida que aumenta a duração do jejum (Scott et al., 1978; Kamus & Farr, 1981). Por isso, alguns autores sugerem que o abate ocorra dentro de um período de 4 a 6 horas após o início do jejum (Benibo & Farr, 1985; Denton, 1985; Veerkamp, 1986). Para Salmon (1979), a desidratação em perus é maior quando se retira também a água do que quando se retira apenas a ração. Denadai et al. (2001), ao compararem tempos de retirada de ração e água de 0, 4 e 8 horas, não encontraram diferenças nos valores de volume globular médio e proteína total plasmática, utilizados como parâmetros para medir a desidratação das aves no momento do abate.
Como a umidade da carne de peito é de aproximadamente 72%, surge a dúvida se o tempo de jejum e a desidratação causada por ele poderiam afetar a qualidade da carne. A retenção de água é uma característica bastante importante para a determinação da qualidade da carne, visto que ela está relacionada com o aspecto da mesma antes do cozimento, comportamento durante a cocção e palatabilidade do produto (Bressan, 1998). A capacidade de retenção de água depende da fase post mortem em que se encontra o músculo. Geralmente, ela é elevada na fase de pré-rigidez, diminui no rigor mortis, voltando a se elevar novamente no post mortem. No músculo intacto, a diminuição da capacidade de retenção de água nas primeiras horas post mortem é determinada pela velocidade de queda do pH e não pela concentração de ATP.
Seria de se pensar que a administração de eletrólitos pudesse auxiliar na retenção de líquidos na carcaça. Mas isso aparentemente não funciona, como demonstrado por Babji et al (1982), que não encontraram efeito dessa prática sobre o rendimento de carcaça e sobre a perda de peso por cozimento e capacidade de retenção de água na carne de perus. Resultados semelhantes foram obtidos em frangos de corte por Hale & Stadelman (1973) e Riley et al. (1976). Rasmussen & Mast (1989), estudando o efeito do jejum de alimento na composição e qualidade da carne de frangos de corte, não encontraram diferença significativa entre os tratamentos de jejum para a perda de peso por cozimento. Lyon et al. (1991) não encontraram relação significativa entre o período de jejum e o rendimento de carne cozida ou crua.
Quanto à maciez da carne, geralmente ela é decorrente de alterações na estrutura miofibrilar determinadas pelo aparecimento rápido do rigor mortis, em função de estresse pré-abate (Fletcher, 1992). O desenvolvimento do rigor mortis ocorre quase que imediatamente após o sacrifício da ave e segue por várias horas, dependendo do tipo de músculo e das condições post-morten (Fletcher, 1992). O fim do rigor mortis em frangos de corte tem sido reportado como sendo desde 10 a 30 minutos (De Fremery & Lineaweaver, 1962), até 5 a 7 horas (Khan, 1971). Para McKee (2000), o término do rigor mortis ocorre 4 a 6 horas após o abate dos frangos, sendo que esse tempo é de 6 a 8 horas em perus. A intensidade do rigor mortis depende da situação do músculo no momento do abate, como por exemplo, do conteúdo de glicogênio, ATP e pH. Depende também das etapas seguintes do processamento, ou seja, escalda, depena, manipulação durante a evisceração e refrigeração. Está bem documentado na literatura (Fletcher, 1992) que a desossa ou corte do peito antes do fim do rigor mortis tem como conseqüência o endurecimento da carne. Stewart et al. (1984) demonstraram que o pH do peito cai muito rapidamente, passando de 7,20 para valores de 5,75 no pós rigor mortis, durante os primeiros 30 a 60 minutos após o sacrifício da ave. Geralmente, valores altos de pH do músculo estão associados a uma maior maciez da carne (Khan & Nakamura, 1970), sendo que carne mais dura devido à desossa a quente seria devido a um rápido declínio do pH dentro do músculo (Ali et al., 1999).
A maciez pode ser medida indiretamente através da determinação do pH do músculo, utilizando-se um pHmetro com sonda de penetração diretamente no músculo, 24 horas pós-mortem (Mendes, 2001). Também pode ser medida objetivamente através da força de cizalhamento, ou subjetivamente, através de painel de degustadores. O valor do pH da carne de frangos varia em função da região da carcaça, oscilando entre 5,7 a 5,9 no músculo do peito e 6,4 a 6,7 no músculo da coxa (Leitão, 2001).
A atividade da glucose-6-fosfatase, piruvato carboxilase e fosofoenolpiruvato carboxilase aumenta durante o jejum, causando uma diminuição na quantidade de glicogênio, um acúmulo de ácido lático e concomitante redução no pH (De Fremeri & Lineweaver, 1962; Sams & Mills, 1993; Kotula & Wang, 1994). A glicólise ante e post-morten pode contribuir para a maciez da carne de aves (Khan & Nakamura, 1970).
Ao comparar períodos de jejum de 0 e 24 horas, Shrimpton & Miller (1960) encontraram valores de glicogênio variando 6,3 a 4, 5 mg/g nas aves sem jejum e valores de 1,8 a 1,7 mg/g nas aves submetidas a jejum de 24 horas. Sams & Mills (1993) encontraram valores de 4,72, 4,39 e 3,08 mg/g para aves submetidas a jejum de 0, 5 e 10 horas, respectivamente. Lyon et al. (1991), ao estudar o efeito de diferentes tempos de jejum (0, 8, 16 e 24 horas) sobre o pH do músculo e a textura da carne do peito de frangos de corte, encontraram uma relação quadrática entre os valores de pH do músculo do peito medidos após 2 horas do abate e os períodos de jejum estudados. No entanto, não encontraram diferenças significativas para os valores de pH medidos após 4 horas do abate e os períodos de jejum estudados. Houve uma redução na força de cizalhamento em função da duração do jejum, sendo que os valores foram de 7,1, 5.8, 5.8 e 6,0 respectivamente. Farret al. (1983) demonstraram que a força de cizalhamento aumenta com a duração do jejum.
Kotula & Wang (1994) comparararam períodos de jejum com duração de 0, 3, 6,12, 18, 24 e 36 horas. Encontraram que, ao aumentar o jejum pré-abate de 0 para 36 horas, o pH do peito diminuía de 6,97 para 6,36, da coxa passava de 7,09 para 6,74 enquanto que do fígado diminuía de 6,86 para 6,39, no momento do abate. Mas não afetava o pH 24 horaspost morten quando os valores foram de 5,8, 6,3 e 6,0, respectivamente. Observaram ainda que, à medida que a duração do jejum aumentou, diminuiu a umidade no peito e aumentou na coxa, enquanto que quando o jejum excedeu a 6 horas houve uma diminuição significativa na maciez do músculo do peito. A cor do peito não foi afetada pela duração do jejum.
Embora alterações na cor do fígado sejam freqüentemente atribuídas ao efeito do jejum antes do abate devido à diminuição no peso do órgão e na quantidade de glicogênio, isso não foi confirmado por Northcutt et al. (1997), ao compararem jejuns de 3, 9, 12, 14, 16 e 18 horas. Explicaram que ao diminuir o peso do fígado, haveria uma concentração maior dos pigmentos. Jensen et al. (1984), demonstraram que períodos de jejum menores que 8 horas não afetam o rendimento de fígado, mas que ao passar de 12 para 16 horas, há uma diminuição no peso desse órgão de 6,7 e 21%, respectivamente. Os autores descartaram, entretanto, qualquer possibilidade de que a ocorrência de fígado gordo fosse conseqüência da duração do período de jejum. Bartov (1996) observou que períodos de jejum de 10 e 24 horas não afetaram o tamanho e a quantidade de gordura do fígado, mas a concentração de ácido oleico diminuiu e a de aracdônico aumentou na gordura do fígado das aves submetidas a jejum de 24 horas.

ESTRESSE CAUSADO PELO JEJUM
Embora seja difícil separar os efeitos do estresse causados pelas operações pré-abate, tais como, jejum, apanha, transporte, temperatura, condições de espera, pendura, choque e sangria, vários autores têm estudado esse assunto (Wood & Richards, 1975; Froning et al. 1978). Há quarenta anos, já havia sido demonstrado que o jejum pré-abate promovia uma redução na reserva inicial de glicogênio do músculo (Shrimpton, 1960). Mais recentemente, Chen et al. (1991) estudaram o efeito do jejum e do exercício forçado sobre características físicas, fisiológicas e bioquímicas do músculo de patos. Observaram que a atividade da dehidrogenase lática aumentou com o estresse e que a atividade da creatina fosfatase e fosfatase alacalina também aumentou. Entretanto, não foram observados efeitos do jejum e do exercício sobre a atividade da ATPase da proteína miofibrilar do músculo do peito e da coxa. Ali et al. (1999) relataram que existe um efeito do estresse na concentração de metabólitos no músculo, afetando dessa maneira a qualidade da carne. Acrescentaram que a intensidade do efeito depende da duração do estresse.
Além do jejum em si, o transporte das aves também é uma causa importante de estresse. Isso determina um aumento na eliminação do material fecal causando uma elevação de dez vezes no nível de Escherichia coli na superfície do peito dos frangos, em um período de apenas cinco horas (Delazari, 2001).
Em um lote contaminado, o estresse das aves durante o transporte aumenta significativamente a proporção de aves que eliminam Salmonella nas fezes. Em frangos portadores de Salmonella typhimurium, demonstrou-se que o estresse no transporte aumentava a proporção de portadores de 33 para 54% em 4 horas. Após 12 horas, esta proporção reduzia-se para 22%, enquanto que a bactéria era mais freqüentemente isolada do fígado, indicando um aumento do número de aves com infecção sistêmica. Demonstrou-se também que 46% de um lote livre de Salmonella tornou-se contaminado durante o transporte e que 99% das rachaduras das gaiolas utilizadas para o transporte continhamSalmonella (Mead, 1989).

RECOMENDAÇÕES SOBRE A DURAÇÃO DO PERÍODO DE JEJUM
Farr (1979) recomendou que o período ideal de jejum deveria ser de 10 a 12 horas, mas que o fornecimento de água deveria ser mantido até o momento da apanha das aves. Benoff (1982) observou que a definição de um tempo ideal de jejum deveria levar em conta não só a diminuição da contaminação no abatedouro, mas também o rendimento de carcaça. Na prática, a indústria estaria usando períodos de jejum de cerca de 10 horas. Artigo da revista Indústria Avícola (Anônimo, 2000) cita a recomendação de se fazer uma retirada de ração de 6 horas e de água de 4 horas a fim de que o papo das aves esteja vazio por ocasião do abate. No Brasil, Rosa (1999) recomenda jejum de 8 a 12 horas.
Algumas integrações brasileiras já estão utilizando o abate chamado "just in time", o qual permite programar com maior precisão o tempo de jejum. Nesse caso, costuma-se submeter as aves a uma retirada de ração de 6 ou 8 horas, dependendo se o carregamento for feito durante o dia ou a noite, respectivamente. A duração total do jejum acaba sendo de cerca de 8 a 10 horas, em função da distância das granjas, já que o abate ocorre imediatamente após a chegada das aves no abatedouro. Em outras, embora os caminhões ainda permaneçam no abatedouro em galpões com ventilação e nebulização durante cerca de duas a quatro horas, o jejum, a apanha e o transporte são programados para também dar um jejum total de cerca de dez horas.
Em muitas empresas, entretanto, ainda existe uma variação grande no período de jejum, principalmente no tempo que as aves ficam privadas do acesso à água, uma vez que o carregamento é feito a noite e as aves somente são abatidas no decorrer do dia seguinte. Portanto, recomenda-se que as operações de apanha, transporte e espera sejam perfeitamente coordenadas pela área de produção a fim de evitar jejuns prolongados. Para tanto, é fundamental que as distâncias das granjas sejam medidas e que os tempos de apanha e transporte sejam cronometrados com precisão. Além disso, a época do ano também deve ser considerada. Em dias muito quentes, geralmente as aves não se alimentam durante a tarde, quando o calor é mais intenso. Nesse caso, quando o carregamento é feito no início da noite, às vezes o jejum acaba sendo mais prolongado do que o imaginado. Por isso, o exame do papo das aves, bem como a determinação da contaminação das carcaças no abatedouro é fundamentais para verificar se o tempo de jejum adotado pela empresa está sendo adequando ou não.

CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Microorganismos patogênicos, como Salmonella e Campylobacter, têm sido isolados freqüentemente do papo de frangos de corte após desafios naturais ou experimentais. A retirada de alimento, mesmo durante períodos curtos de até 8 horas, pode trazer como conseqüência a presença de papos positivos para Salmonella (Anonimo, 2000). Quando o papo contém alimento, proliferam as bactérias produtoras de ácido lático, fazendo com que o pH do papo seja baixo, ao redor de 5,3. Isso irá inibir o crescimento das Salmonellas e outras enterobactérias que proliferam em pH de 6,0 a 7,5. Com o jejum, eliminam-se os carboidratos fermentativos que são requeridos pelas bactérias produtoras de ácido lático, para seu crescimento e produção de ácido (Anonimo, 2000). Com isso, o pH pode se elevar em apenas seis horas para 6,5. À medida que o jejum continua, até 24 horas, tanto o pH como o nível de bactérias continua se elevando. Tem sido reportada também (Hargis et al., 1995) uma incidência maior de Salmonella no papo que nos cecos das aves, com o aumento na duração do jejum. É possível que isso possa estar relacionado também com a ingestão de cama pelas aves durante o jejum.
Tendo em vista que: o jejum altera o pH do intestino favorecendo a colonização do mesmo por bactérias patogêncicas; durante o estresse causado pelo transporte das aves confinadas no ambiente restrito dos engradados incrementa a eliminação de fezes contaminando as demais; o papo se rompe mais que os cecos durante o processo de evisceração mecânica; os efeitos do jejum sobre a qualidade da carne ainda não estão bem esclarecidos, sugerem-se pesquisas adicionais a fim de elucidar melhor os seguintes pontos:
  1. Efeitos de alterações do pH dos diferentes segmentos do intestino em função de jejuns prolongados e suas relações com possíveis aumentos de Salmonella e outras bactérias de interesse de saúde pública.
  2. Efeito da ingestão de cama durante o jejum, na presença de Salmonella no papo e demais porções dos intestinos das aves.
  3. Avaliação da contaminação cruzada nas diferentes etapas do abate e processamento das aves.
  4. Efeito de jejuns prolongados sobre a desidratação, queda na quantidade de glicogênio e da alteração nos valores de pH do músculo sobre a qualidade da carne em termos de maciez, cor, sabor e perda de peso por cozimento.
  5. Efeito do jejum sobre o peso e a coloração do fígado das aves.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nutrição de Aves


Nutrição

Objetivos: suprir uma variedade de dietas balanceadas, as quais atendam as necessidades nutricionais do lote de frangos em todas as fases de seu desenvolvimento e produção, otimizando crescimento, eficiência e lucratividade sem comprometimento do bem-estar.
Introdução: a ração representa a maior parte do custo total de produção do frango. Por esta razão, é de suma importância a qualidade e o balanceamento da ração.
As rações de frangos são extremamente balanceadas, em termos de proteína, vitamina, energia, minerais e aminoácidos essenciais, garantindo o bomdesempenho dos animais. Deve-se lembrar que outros fatores como densidade de alojamento, estado sanitário e genética das aves, podem ter efeito negativo no ganho de peso e conversão alimentar.
As exigências de produto final variam de país para país. Especificações de raçõeseconômicas dependerão da estrutura do mercado, valor do produto e variações locais da disponibilidade de matérias-primas. Poderá também existir a preferência local de pigmentação da carcaça.
Serão abordadas as especificações de ração para frangos não sexados pesando em torno de 1,6-2,5 Kg, para machos pesados com 3Kg ou mais, para um programa inicial lento e para criação por sexos separados.
Matérias-primas:  os valores nutricionais das matérias-primas poderão variar de acordo com os métodos de processamento, condições climáticas locais, estação do ano, entre outros. A matriz da formulação da ração deverá ser adequada ao local, acompanhada por uma rotina de análise química e exame de contaminação (p. ex. salmonela, micotoxinas) de todas as matérias-primas.
A variedade de matérias-primas oferecida para formulação de mínimo custo deve ser adequada aos frangos. Limites de formulação devem ser impostos aos ingredientes que trazem problemas quando usados em excesso (p. ex. farelo de mandioca, soja com baixo nível protéico, farelo de algodão, etc). O uso de enzimas poderá permitir a inclusão de matérias-primas então inadequadas, como p. ex. a beta-glucanase, que permite uma maior proporção de cevada sem problemas conseqüentes de cama.
Matérias-primas ou ingredientes de origem vegetal podem estar sujeitos a contaminação fúgica se armazenadas sob condições de temperatura e umidade elevadas. Isto levará à produção de micotoxinas que, dependendo do grau de contaminação, poderá resultar numa redução do ganho de peso e conversão alimentar, prejudicando a condição da cama que por sua vez resulta num aumento da depreciação da carcaça. A ração também é suscetível à contaminação se armazenada em condições adversas. É aconselhável adicionar à ração pronta ácidos orgânicos, para impedir o desenvolvimento de fungos e a produção de micotoxinas. É aconselhável consultar as recomendações dos fabricantes com respeito à quantidade a ser adicionada, pois problemas de palatabilidade poderão ocorrer se estas forem muito elevadas. Estes tratamentos, associados com adequadas condições de armazenamento, irão minimizar os efeitos da contaminação por micotoxinas.
Ingredientes de proteína animal quando armazenadas sob condições inadequadas estão sujeitos a variações de qualidade, como p. ex. rancificação oxidativa das gorduras, que resulta na formação de aldeídos e cetonas. Isto reduz consideravelmente os valores de energia da gordura.
Farelos de soja de baixo nível protéico podem conter níveis elevados de potássio, o que pode levar a diarréia, má qualidade da cama e subseqüente depreciação das carcaças. O uso excessivo de farinha de carne e ossos, com elevada concentração de gorduras saturadas, criará uma cama de má qualidade e gordurosa. A adição de farelo de soja integral ou óleo de soja à dieta tem efeitosbenéficos, pois melhora a digestibilidade de gorduras saturadas.
Fontes de gordura: as gorduras adicionadas à ração são de origem tanto animal quanto vegetal. Gorduras de origem animal, como sebo, contém neveis elevados de ácidos graxos saturados, que são menos digestíveis, principalmente para o sistema digestivo imaturo dos pintinhos. Eles poderão levar a problemas de cama e elevada depreciação da carcaça. Em rações iniciais e de crescimento, é aconselhável o uso de combinações de gorduras contendo alto índice de ácidos graxos insaturados, como por exemplo:
60% óleo de soja;
20% mistura de óleos leves;
20% sebo.
Na ração final, o uso deste tipo de combinação não é adequado, pois os altos níveis de gorduras não-saturadas terão efeito negativo sobre a qualidade da gordura da carcaça e sobre a estocagem da mesma. Misturas de gorduras usadas na ração final devem conter taxas elevadas de gorduras "duras":
30% óleo de soja;
20% óleo de palmeira;
50% sebo.
Peletização: geralmente, o crescimento e a taxa de conversão alimentar são melhores se a ração for peletizada. (A ração inicial deve ser triturada ou farelada.) Existem evidências que o efeito do "cozimento" aumenta a disponibilidade dos nutrientes e diminui significativamente a contaminação microbiana. O uso de um extrusor na ração pode dar benefícios similares, embora tende a ser maior o desperdício de alimento. Ambos processos deve ser executados com cuidado e temperaturas extremas devem ser evitadas para não causarem degradação de proteínas e vitaminas.
Com o objetivo de auxiliar na peletização, 0,5-1,0% de gordura pode ser incluída na ração, o que auxiliará a lubrificação da prensa. Gordura extra pode ser pulverizada sobre o pélete pronto, para atingir valores mais altos de energia, sem redução da resistência e durabilidade do pélete.
Se a peletização da ração for difícil, substâncias ligantes (hemicelulose, bentonita, goma arábica) podem ser utilizadas para melhorar a qualidade pélete, em níveis de até 2,5% da ração.
Antes da ração farelada ser introduzida na prensa, ela deve ser aquecida a 85-90ºC por 20 segundos. Ao sair da prensa, os péletes devem ser resfriados rapidamente por ar frio até atingir 10ºC abaixo da temperatura ambiente, dentro de 15 minutos. Esse processo reduzirá a degradação de vitaminas e aminoácidos por superaquecimento, embora não ofereça garantias de imunidade contra a contaminação bacteriana.
A textura da ração e o tamanho do pélete são importantes se quisermos obter o máximo potencial de crescimento. Recomendam-se as seguintes formas de ração e tamanhos de péletes: 
0 – 10 diasRação triturada não peneirada
11 – 28 diasPéletes de 2-3 mm de diâmetro
28 dias até o abatePéletes de 3 mm de diâmetro
Tabela 1:
 formas de ração e tamanhos de péletes.
Especificação da ração para frangos: os mercados, no mundo inteiro, diferem em suas exigências pelo produto final. As especificações da ração variam, dependendo do produto final, e conseqüentemente uma série de rações de frangos é necessária para atender esses diferentes demandas de mercado. Alguns fatores que influenciam na formulação são:
* Disponibilidade e preço de matérias-primas;
* Peso ao abate;
* Idade ao abate;
* Rendimento e qualidade da carcaça;
* Pigmentação da pele;
* Criação em sexos separados.
Especificações de rações são apresentadas nas Tabelas 2, 3 4 e 5 para demonstrar essas necessidades.

NutrientesInicialCrescimentoFinal
Proteína Bruta (%)22 – 2421 – 2319 – 21
Energia Metabolizável (Kcal/Kg)301031753225
Gordura (%)4 – 74 – 94 – 9
Lisina (%)1,361,31,13
Metionina (%)0,530,520,47
Metionina + Cistina (%)0,980,940,85
Treonina (%)0,910,870,82
Triptofano (%)0,230,210,19
Cálcio (%)0,950,90,85
Fósforo disponível (%)0,50,480,44
Sódio (%)0,16 – 0,200,16 – 0,200,16 – 0,20
Cloro (%)0,15 – 0,220,15 – 0,220,15 – 0,22
Ácido Linoleico (%)1,251,21
Consumo (Kg/1000 aves)2501300
Período de alimentação (dias)0 – 1011 – 2425 – até o abate
Tabela 2:
 níveis nutricionais para frangos não sexados com 1,6 - 2,5 Kg de peso vivo.
Pontos principais:
* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas.
* As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta estabelecida.
* Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994.
* Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial.
* Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais podem ser impostos. 
NutrientesInicialCrescimentoFinal 1Final 2
Proteína Bruta (%)20 – 2120 – 2119 – 2018 – 19
Energia Metabolizável (Kcal/Kg)3010315032003150
Gordura (%)4 – 74 – 94 – 94 – 7
Lisina (%)1,31,11,151,05
Metionina (%)0,50,50,520,5
Metionina + Cistina (%)0,940,920,860,86
Treonina (%)0,870,740,840,77
Triptofano (%)0,210,210,20,19
Cálcio (%)0,950,90,850,85
Fósforo disponível (%)0,50,480,440,44
Sódio (%)0,16 – 0,200,16 – 0,200,16 – 0,200,16 – 0,20
Cloro (%)0,15 – 0,220,15 – 0,220,15 – 0,220,15 – 0,22
Ácido Linoleico (%)1,251,31,21
Consumo (Kg/1000 aves)25013001500
Período de alimentação (dias)0 – 1011 – 2425 – 4243 – até o abate
Tabela 3:
 níveis nutricionais para machos pesados com 3,0 Kg ou mais de peso vivo.
Pontos principais:
* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas.
* As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta estabelecida.
* Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994.
* Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial.
* Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais podem ser impostos.
* As aves devem ser recriadas utilizando um programa de controle de luminosidade para otimizar a resistência do esqueleto e viabilidade. 
NutrientesInicialCrescimentoFinal 1Final 2
Proteína Bruta (%)19 – 2020 – 2119 – 2018 – 19
Energia Metabolizável (Kcal/Kg)3000315032003150
Gordura (%)4 – 74 – 94 – 94 – 7
Lisina (%)11,11,151,05
Metionina (%)0,420,50,520,5
Metionina + Cistina (%)0,720,920,860,86
Treonina (%)0,670,760,840,77
Triptofano (%)0,170,210,20,19
Cálcio (%)0,950,90,850,85
Fósforo disponível (%)0,50,480,440,44
Sódio (%)0,16 – 0,200,16 – 0,200,16 – 0,200,16 – 0,20
Cloro (%)0,15 – 0,220,15 – 0,220,15 – 0,220,15 – 0,22
Ácido Linoleico (%)1,251,31,21
Consumo (Kg/1000 aves)75013001500
Período de alimentação (dias)0 – 1415 – 2819 – 4243 – até o abate
Tabela 4:
 níveis nutricionais para programa inicial lento, utilizado sob condições ambientais de estresse.
Pontos principais:
* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas.
* As aves devem ser recriadas utilizando um programa de controle de luminosidade para otimizar a viabilidade.
* Um programa inicial lento pode trazer benefícios significativos quando desordens metabólicas, como problemas de pulmão e ascite, forem identificadas. O benefício principal está numa melhor viabilidade, que, combinada com baixa mortalidade, melhorará sensivelmente o rendimento de carne do produto final. Desordens metabólicas tendem a ocorrer em altitudes elevadas ou onde existe uma alta variação diurna de temperatura. Problemas respiratórios crônicos, que prejudicam o funcionamento pulmonar, podem também provocar ascite. Onde desordens metabólicas não são um problema, um programa inicial lento pode levar a uma redução no ganho de peso e a melhora da taxa de conversão alimentar (FCR) e conseqüentemente a melhora de rentabilidade.

NutrientesInicialCrescimentoFinal
MFMFMF
Proteína Bruta (%)232321201918
Energia Metabolizável (Kcal/Kg)301030103175313032253180
Gordura (%)4-74-74-74-74-74-7
Lisina (%)1,361,361,31,241,131,07
Metionina (%)0,530,630,520,50,470,44
Metionina + Cistina (%)0,980,980,940,90,850,8
Treonina (%)0,910,910,870,830,820,77
Triptofano (%)0,230,230,210,20,190,18
Cálcio (%)0,950,950,90,90,850,8
Fósforo disponível (%)0,50,50,480,460,440,42
Sódio (%)0,16-0,200,16-0,200,16-0,200,16-0,200,16-0,200,16-0,20
Cloro (%)0,15-0,220,15-0,220,15-0,220,15-0,220,15-0,220,15-0,22
Ácido Linoleico (%)1,251,251,21,211
Consumo (Kg/1000 aves)25025013001300
Período de alimentação (dias)0-100-1011-2411-2624-26 até o abate
24-26 até o abate
Tabela 5:
 engorda separada por sexo - ração para machos e fêmeas.
Pontos principais:
* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis.
* Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas.
* As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta estabelecida.
* Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994.
* Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial.
* Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais podem ser impostos.
Se os machos estão sendo criados para um peso final elevado p. ex. > 3,0 Kg, devem ser usadas as especificações nutricionais apresentadas na Tabela 3.
Dependendo das exigências do produto final, vários sistemas de manejo podem ser empregados quando a criação é separada por sexo.
Por exemplo:
Fêmeas abatidas ao peso normal de mercado (1,5 - 2,0 Kg), e os machos, mais eficientes (2,5 Kg), usados para um mercado que exige carcaça de maior peso.
Machos são abatidos primeiro e as fêmeas mantidas mais alguns dias até atingirem o mesmo peso vivo.
A maior vantagem da engorda separada por sexo é melhorar a uniformidade do produto que chega ao abatedouro. Entretanto, deve ser notado que a uniformidade do produto fornecido ao abatedouro é também dependente do padrão de manejo.
Premixes vitamínicos: são misturas de vitaminas em altas concentrações. É importante que sejam armazenadas em locais frescos, secos e escuros, para reduzir o risco de oxidação. É também recomendado que um antioxidante seja incorporado nesses premixes. É importante manter um controle de estoque circulante desses premixes para assegurar que não sejam usados sacos de premix com data vencida. 
VitaminasInicialCrescimentoFinal
Vitamina A u.i./Kg150001200012000
Vitamina D3 u.i./Kg500050004000
Vitamina E u.i./Kg505050
Vitamina K mg/Kg432
Tiamina (B1) mg/Kg322
Riboflavina (B2) mg/Kg865
Piridoxina (B6) mg/Kg543
Niacina mg/Kg606035
Vitamina B12 mcg161611
Ácido pantotênico mg/Kg181818
Biotina mg/Kg20020050
Colina mg/Kg400400300
Ácido fólico mg/Kg21,751,5
Tabela 6:
 níveis recomendados de suplementação vitamínica adicionados como premix.
Pontos principais:
* A prática de suplementação vitamínica deve levar em consideração eventuais perdas entre a fabricação do premix e da ração. Tempo, temperatura e condições de processamento são os fatores mais importantes. Premixes combinados de minerais e vitaminas são mais susceptíveis a perdas.
* Altos níveis de vitamina E podem ser justificados em algumas circunstâncias.
Premixes Minerais:  
Mineral (mg/Kg)InicialCrescimentoFinal
Manganês100100100
Zinco808060
Ferro808080
Cobre888
Iodo111
Molibdênio111
Selênio0,150,150,1
Tabela 7:
 níveis recomendados de suplementação de minerais adicionados como premix.